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Juiz pede que STF investigue Paulinho no escândalo do BNDES
Serão ouvidos pela Justiça nos dias 21 e 26 os 13 réus acusados de montar esquema de desvio de dinheiro; 3 dos 6 detidos devem deixar prisão até amanhã
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os 13 réus acusados pelo Ministério Público Federal de ter
montado um esquema para
fraudar empréstimos do
BNDES serão ouvidos em juízo
nos dias 21 e 26 deste mês. Anteontem, a Justiça abriu processo criminal contra eles,
manteve a prisão de três dos
envolvidos e decretou a detenção de um quarto, cujo nome é
mantido em sigilo.
Na decisão, o juiz substituto
Márcio Ferro Catapani, da 2ª
Vara Federal de São Paulo, determinou o envio de cópia integral do caso ao Supremo Tribunal Federal e ao Tribunal Regional Federal para que seja
apurada eventual participação
do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho
da Força, e do prefeito de Praia
Grande (SP), Alberto Mourão
(PSDB), respectivamente.
O envio significa que o juiz
entendeu existir indícios suficientes para que os tribunais
superiores investiguem. Os
dois têm foro privilegiado.
A Folha não conseguiu localizar Paulinho ontem.
Catapani rejeitou o pedido
feito pelo Ministério Público
Federal de prisão preventiva
do advogado Ricardo Tosto, indicado conselheiro do BNDES
pela Força Sindical. Preso por
dois dias, foi libertado no dia 26
após um habeas corpus.
Foram mantidas as prisões
de três dos seis réus detidos
temporariamente: José Carlos
Guerreiro, Marcos Vieira Mantovani e do advogado João Pedro de Moura -que precedeu
Tosto no conselho do banco.
Devem deixar a carceragem
da PF até amanhã Jamil Issa
Filho, Boris Timoner e Wilson
Consani Jr., coronel reformado
da Polícia Militar.
Responderão por formação
de quadrilha e desvio na aplicação de financiamento do
BNDES: Tosto, Issa, Guerreiro,
Mantovani, Moura, Timoner e
Consani e os empresários Manuel Fernandes Bastos Filho e
Celso Murad.
Na denúncia, o Ministério
Público informou que a prisão
de Tosto e dos demais era necessária por vários motivos:
reiteração criminosa (o esquema existiria desde 2004), abalo
à ordem econômica, garantia
da instrução do processo e possível "uso de poder político para desqualificar a investigação
pelo réu Ricardo Tosto".
Consani, Murad e Bastos Filho são réus ainda em um outro
esquema apurado pela polícia
na mesma operação, desta vez
por exploração de prostituição
e tráfico de mulheres.
Segundo a PF, Bastos Filho é
dono do prostíbulo WE e articulador do esquema de fraudes
nos financiamentos -é considerado foragido. Funcionários
da boate foram denunciados.
A Operação Santa Tereza começou com uma investigação,
iniciada em 2007, sobre a casa
de prostituição. Em interceptações telefônicas, autorizadas
judicialmente, foram descobertos diálogos sobre desvio de
dinheiro no BNDES.
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