São Paulo, segunda-feira, 04 de junho de 2007

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Serra retira cargos dos aliados de seu antecessor no governo

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

De volta ao Brasil, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin poderá assistir de perto ao desmonte da estrutura deixada ao sucessor e também tucano José Serra.
Sob a bandeira da eficiência administrativa, o governador promove uma reestruturação da máquina do Estado, com a demissão de indicados políticos de cargos de relevância, como superintendências e delegacias regionais.
Na semana passada, por exemplo, a Secretaria Estadual de Cultura extinguiu suas 14 delegacias regionais, exonerando 13 titulares (uma já estava vaga). Suas funções serão assumidas pelas oficinas culturais. Dizendo-se amigo de alguns dos demitidos, o segundo vice-presidente da Assembléia, Luiz Carlos Gondim (PPS), ocupou semana passada a tribuna para protestar contra a centralização das ações. "Sei que a intenção é de fiscalização. Em matéria de número, o secretário [João Sayad] é um buldogue. É para isso que ele está lá. Mas, do ponto de vista político, é desastroso", disse Gondim.
A intenção do governo é concentrar diferentes serviços num único lugar, a exemplo do poupatempo. Deverão ser desativados dos escritórios da CDHU às delegacias regionais de Esporte, Turismo, Agricultura e do Trabalho para centralização num mesmo espaço físico. A cargo do secretário de Planejamento, Francisco Vidal Luna, a primeira experiência deverá acontecer em Campinas e São José dos Campos.
Como a máquina estava sob o comando de Alckmin até o ano passado, seus aliados é que acabarão perdendo espaço na administração. "Nosso critério é de eficiência administrativa. Não de substituição de indicados", justifica o secretário do Trabalho, Guilherme Afif Domingues (DEM).
Além de deputados federais ligados ao ex-governador, a influência dos deputados estaduais também fica menor. Aliados de Orlando Morando, por exemplo, perderam dois cargos na área saúde.
Com a indicação atribuída ao líder do PTB, Campos Machado, o titular da Agência Reguladora do Transporte Rodoviário de São Paulo, Ulisses Carrara, também foi substituído por um decreto de Serra.
"Indicação minha? Não. Ele é meu amigo, mas foi indicado pelo governador Geraldo Alckmin", disse Machado.
Em reuniões com parlamentares da base, Serra avisou que não concorda com o loteamento político de cargos. Os aliados, segundo ele, são consultados sobre os projetos para suas regiões e contemplados com o atendimento das propostas.
"O Serra dá liberdade aos secretários e aos presidentes de empresa para montarem suas equipes. Ele cobra resultado depois. Evidentemente, o fato de alguém ser amigo de um político não é impeditivo. Mas não é critério. Não há indicações políticas nessas composições", diz o secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira.


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