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Serra retira cargos dos aliados de seu antecessor no governo
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
De volta ao Brasil, o ex-governador de São Paulo Geraldo
Alckmin poderá assistir de perto ao desmonte da estrutura
deixada ao sucessor e também
tucano José Serra.
Sob a bandeira da eficiência
administrativa, o governador
promove uma reestruturação
da máquina do Estado, com a
demissão de indicados políticos de cargos de relevância, como superintendências e delegacias regionais.
Na semana passada, por
exemplo, a Secretaria Estadual
de Cultura extinguiu suas 14
delegacias regionais, exonerando 13 titulares (uma já estava
vaga). Suas funções serão assumidas pelas oficinas culturais.
Dizendo-se amigo de alguns
dos demitidos, o segundo vice-presidente da Assembléia, Luiz
Carlos Gondim (PPS), ocupou
semana passada a tribuna para
protestar contra a centralização das ações. "Sei que a intenção é de fiscalização. Em matéria de número, o secretário
[João Sayad] é um buldogue. É
para isso que ele está lá. Mas, do
ponto de vista político, é desastroso", disse Gondim.
A intenção do governo é concentrar diferentes serviços
num único lugar, a exemplo do
poupatempo. Deverão ser desativados dos escritórios da
CDHU às delegacias regionais
de Esporte, Turismo, Agricultura e do Trabalho para centralização num mesmo espaço físico. A cargo do secretário de
Planejamento, Francisco Vidal
Luna, a primeira experiência
deverá acontecer em Campinas
e São José dos Campos.
Como a máquina estava sob o
comando de Alckmin até o ano
passado, seus aliados é que acabarão perdendo espaço na administração. "Nosso critério é
de eficiência administrativa.
Não de substituição de indicados", justifica o secretário do
Trabalho, Guilherme Afif Domingues (DEM).
Além de deputados federais
ligados ao ex-governador, a influência dos deputados estaduais também fica menor. Aliados de Orlando Morando, por
exemplo, perderam dois cargos
na área saúde.
Com a indicação atribuída ao
líder do PTB, Campos Machado, o titular da Agência Reguladora do Transporte Rodoviário
de São Paulo, Ulisses Carrara,
também foi substituído por um
decreto de Serra.
"Indicação minha? Não. Ele é
meu amigo, mas foi indicado
pelo governador Geraldo Alckmin", disse Machado.
Em reuniões com parlamentares da base, Serra avisou que
não concorda com o loteamento político de cargos. Os aliados,
segundo ele, são consultados
sobre os projetos para suas regiões e contemplados com o
atendimento das propostas.
"O Serra dá liberdade aos secretários e aos presidentes de
empresa para montarem suas
equipes. Ele cobra resultado
depois. Evidentemente, o fato
de alguém ser amigo de um político não é impeditivo. Mas
não é critério. Não há indicações políticas nessas composições", diz o secretário da Casa
Civil, Aloysio Nunes Ferreira.
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