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Base aliada de Serra abafa apuração do caso Alstom
Deputados estaduais ligados a tucano são maioria em CPI e rejeitam requerimentos
Governador de SP nega interferência e diz que, se Assembléia Legislativa "quiser votar" para criar comissão do caso, "ela vota"
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
A base de apoio do governador José Serra (PSDB) abafou
ontem a primeira tentativa de a
Assembléia Legislativa do Estado investigar o caso Alstom,
contrariando o que o tucano
havia pedido na véspera: apuração total das denúncias.
O rolo compressor foi comandado pelo líder do governo,
Barros Munhoz (PSDB). A tentativa de apuração ocorreu na
CPI da Eletropaulo, na qual sete requerimentos do PT foram
rejeitados deputados ligados a
Serra e ao ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os aliados do governador são maioria
na CPI: 7 dos 9 membros.
"A CPI não é o melhor caminho para fazer esse tipo de averiguação. Isso é jogo de cena do
PT", disse Munhoz. O deputado
Rui Falcão rebateu: "Serra e
Alckmin falam uma coisa, mas
na prática a atuação é outra, é
para que nada seja apurado".
Serra disse ontem que, se a
Assembléia "quiser votar" pela
CPI do caso, "ela vota". Anteontem ele havia afirmado que
cooperaria com "outras medidas de investigação", desde que
surjam novas informações. Ele
chamou de "kit PT" a atuação
de petistas para instalar uma
CPI do caso Alstom.
"Tem o "kit PT" operando. Se
surgirem mais informações
-porque até agora não surgiram-, que sugiram outras medidas de investigação, nós acharemos normal e vamos cooperar." Serra disse que deu ordem
a todos os secretários do governo e presidentes das empresas
envolvidas no caso Alstom para
que repassem dados solicitados
pelo Ministério Público.
Dentre os requerimentos rejeitados ontem estavam os que
pediam a convocação do secretário de Estado Mauro Arce
(Transportes) e do secretário
municipal Andréa Matarazzo
(Subprefeituras). Ambos chefiaram a pasta estadual de
Energia na época dos contratos
com a multinacional francesa.
Também foi rejeitado um requerimento solicitando ao Ministério da Justiça os papéis relativos às investigações comandadas por autoridades suíças e
francesas e que até agora têm
norteado os trabalhos no Brasil. Anteontem à noite, Serra
defendeu o envio dos documentos ao Estado.
Criada em 2006, a CPI tem
prazo regimental de funcionamento até o dia 30 deste mês. A
Eletropaulo, alvo da comissão,
é citada nas investigações da
Alstom. "Se a Assembléia não
abrisse mão do seu papel fiscalizador, daria tempo tranqüilamente para apurar muita coisa", disse Antonio Mentor (PT),
presidente da CPI. Segundo ele,
na terça será ouvido David
Zylbertajn, ex-secretário de
Energia do governo Covas, convocação aprovada antes da explosão do caso Alstom.
O líder do PT na Assembléia,
Roberto Felício, afirmou que o
partido continuará "lutando"
na CPI, mas tentará convocar o
conselheiro do TCE (Tribunal
de Contas do Estado) Robson
Marinho, que foi chefe da Casa
Civil do governo Mario Covas
(PSDB) de 1995 a 1997, nas comissões temáticas da Casa.
Colaborou a Folha Online
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