São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Presidente do PSDB-SP pede fim de disputa

Tucanos reúnem nomes em lista para levar proposta de aliança com Kassab à convenção; José Henrique Lobo ameaça deixar cargo

Lobo diz não querer presidir metade do partido; Alckmin esteve com pré-candidatos a vereador para discutir aliança tucana com o PTB


FERNANDO BARROS DE MELLO
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do PSDB municipal, José Henrique Reis Lobo, enviou ontem um e-mail pedindo para que delegados do partido não assinem a proposta de manutenção da aliança com o DEM, tendo o prefeito Gilberto Kassab na cabeça de chapa e o PSDB na vaga de vice.
A Folha publicou no último domingo que kassabistas têm assinaturas suficientes de delegados votantes para levar a proposta da aliança à convenção do partido, no dia 22.
"O que eu quero é pedir-lhe para não assinar nenhuma lista de apoio a que se leve à convenção qualquer proposta que não seja a da candidatura de Geraldo Alckmin à prefeito", escreveu Lobo ontem.
"Se, por qualquer razão, você já assinou, nada impede que reconsidere a sua decisão, simplesmente transmitindo isso a quem o procurou, ou, se isso lhe trouxer algum constrangimento, mandando à Executiva uma carta solicitando que ela, como instância adequada, retire o seu nome da lista de apoiadores da proposta."
Segundo o presidente municipal, o "PSDB corre o risco de sair ferido mortalmente". Lobo esteve na noite de anteontem com vereadores e admitiu até mesmo deixar a presidência.
"É uma hipótese, que acho que não vai ser preciso acontecer. Mas eu não gostaria de ser presidente de metade de um partido", afirmou.
Classificando-se de um "homem de paz", Lobo escreveu ser amigo daqueles que defendem a tese contrária.
Dos 12 vereadores tucanos, 11 defendem a manutenção da aliança com Kassab, preservando Alckmin para ser o candidato tucano ao governo do Estado, em 2010.
"Quem tem assinado pela tese da aliança está fazendo por livre vontade e por opção política", disse Gilberto Natalini, líder da bancada.
"Não acredito que o apelo do presidente Lobo terá qualquer resultado sobre a consciência daqueles que assinaram. As circunstâncias marcham para uma disputa democrática na convenção", completa.

Proporcionalidade
Ontem pela manhã, Alckmin se reuniu com aliados que são pré-candidatos a vereador. Eles discutiram as possíveis dificuldades de uma coligação proporcional com o PTB, que poderia retirar cadeiras do PSDB na Câmara. A Folha apurou que no encontro Alckmin alegou que a aliança pode ser boa para os tucanos e que o próprio PTB pode rever a idéia de coligação proporcional.
O vereador Farhat, líder do PTB, no entanto, rebateu: "Para nós, casamento tem que ser no civil e no religioso".


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