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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Presidente do PSDB-SP pede fim de disputa
Tucanos reúnem nomes em lista para levar proposta de aliança com Kassab à convenção; José Henrique Lobo ameaça deixar cargo
Lobo diz não querer presidir metade do partido; Alckmin esteve com pré-candidatos a vereador para discutir aliança tucana com o PTB
FERNANDO BARROS DE MELLO
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do PSDB municipal, José Henrique Reis Lobo,
enviou ontem um e-mail pedindo para que delegados do
partido não assinem a proposta
de manutenção da aliança com
o DEM, tendo o prefeito Gilberto Kassab na cabeça de chapa e o PSDB na vaga de vice.
A Folha publicou no último
domingo que kassabistas têm
assinaturas suficientes de delegados votantes para levar a
proposta da aliança à convenção do partido, no dia 22.
"O que eu quero é pedir-lhe
para não assinar nenhuma lista
de apoio a que se leve à convenção qualquer proposta que não
seja a da candidatura de Geraldo Alckmin à prefeito", escreveu Lobo ontem.
"Se, por qualquer razão, você
já assinou, nada impede que reconsidere a sua decisão, simplesmente transmitindo isso a
quem o procurou, ou, se isso
lhe trouxer algum constrangimento, mandando à Executiva
uma carta solicitando que ela,
como instância adequada, retire o seu nome da lista de apoiadores da proposta."
Segundo o presidente municipal, o "PSDB corre o risco de
sair ferido mortalmente". Lobo
esteve na noite de anteontem
com vereadores e admitiu até
mesmo deixar a presidência.
"É uma hipótese, que acho
que não vai ser preciso acontecer. Mas eu não gostaria de ser
presidente de metade de um
partido", afirmou.
Classificando-se de um "homem de paz", Lobo escreveu
ser amigo daqueles que defendem a tese contrária.
Dos 12 vereadores tucanos,
11 defendem a manutenção da
aliança com Kassab, preservando Alckmin para ser o candidato tucano ao governo do
Estado, em 2010.
"Quem tem assinado pela tese da aliança está fazendo por
livre vontade e por opção política", disse Gilberto Natalini, líder da bancada.
"Não acredito que o apelo do
presidente Lobo terá qualquer
resultado sobre a consciência
daqueles que assinaram. As circunstâncias marcham para
uma disputa democrática na
convenção", completa.
Proporcionalidade
Ontem pela manhã, Alckmin
se reuniu com aliados que são
pré-candidatos a vereador. Eles
discutiram as possíveis dificuldades de uma coligação proporcional com o PTB, que poderia retirar cadeiras do PSDB
na Câmara. A Folha apurou
que no encontro Alckmin alegou que a aliança pode ser boa
para os tucanos e que o próprio
PTB pode rever a idéia de coligação proporcional.
O vereador Farhat, líder do
PTB, no entanto, rebateu: "Para nós, casamento tem que ser
no civil e no religioso".
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