São Paulo, quinta, 4 de junho de 1998

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PAINEL

Silêncio forçado
Empresários que têm se reunido com Eduardo Jorge, coordenador da campanha de FHC, ouvem sempre um mesmo apelo. O momento delicado da disputa eleitoral indica que não é hora de fazer críticas ao presidente. Para ele, isso só beneficia Lula.
Doença contagiosa
Aliados políticos de FHC temem que a queda dele nas pesquisas contamine governadores da base governista que são candidatos à reeleição. Acham que, por causa da seca, o risco de contágio é maior no Nordeste.
Volta ao ninho
Antes de lançar sua candidatura ao governo de Minas, Itamar Franco obteve a garantia de que FHC ficará neutro na disputa. Condição imposta pelo presidente: Itamar não se alia ao PT nem ataca sua administração.

Meio-de-campo
Henrique Hargreaves é quem está tratando com FHC da neutralidade do presidente em Minas. Tem o aval de Padilha (Transportes) e Renan Calheiros (Justiça) pelo lado do PMDB. Chamado de "percevejo" por Itamar, Geddel Lima discorda.

Medida preventiva
Os governistas do PMDB já têm assinaturas suficientes para convocar a convenção que formalizará o apoio a FHC. Temem que Paes de Andrade não faça a convocação, deixando o partido sem candidato e o presidente sem preciosos minutos na tevê.

Respostas não faltam
Começou a ser esboçado o que os publicitários chamam de caminho temático da campanha de FHC. Estabilidade econômica, moeda forte e fim da inflação serão o eixo principal. "Por que mudar?" -será a pergunta central dos programas de TV.

Os escolhidos
Apenas dois casais foram convidados para o jantar de domingo com Clinton, em Camp David. Além de FHC e Ruth, estarão presentes o embaixador Flecha de Lima e sua mulher, Lúcia.

Ameaça cítrica
A colheita da safra de laranja está parada em São Paulo. Motivo: a Justiça do Trabalho proibiu a contratação temporária de trabalhadores. Se a medida não for revista, segundo os exportadores, há risco de quebra na safra.

Primeiro passo
A Comissão de Transportes da Câmara aprovou ontem projeto de Sérgio Carneiro (PDT) criando carteira de habilitação para menores entre 16 e 18 anos.

Abrindo as comportas
O Planalto já avisou aos ministérios: está aberta a temporada de liberação de verbas para deputados, que só podem ser feitas até o dia 4 de julho. Depois da queda nas pesquisas, a última coisa que o governo quer é insatisfação na sua base política.

Tábua de salvação
O Planalto achou um bom motivo para manter a portaria que obriga os supermercados a fixar o preço dos produtos ao lado do código de barras: a medida tem o apoio de 90% da população, segundo pesquisa dos Procons.

Haja criatividade
Depois de muita discussão, o PSDB divulga amanhã, no Rio de Janeiro, cinco bandeiras para a eleição de 98. Uma delas: "Quanto mais tucano melhor".

Bode petista
Marta Suplicy (PT) escorregou ao falar anteontem na TV sobre a seca. Ao se referir a cabras e a bodes, a candidata ao governo paulista trocou o tempo todo "caprinos" por "cabrinos".

Censura prévia
O TRE-SP suspendeu na semana passada a exibição de três programas de rádio do PT paulista com falas de Marta Suplicy, candidata ao governo do Estado. Detalhe: dois deles ainda não haviam nem entrado no ar.

Farra na mira
Pedro Piva (PSDB-SP), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, colocou em pauta projeto que dificulta a rolagem de dívidas pelos Estados. Seu antecessor, José Serra, havia sentado em cima.

Visita à Folha
O presidente da Fiat do Brasil, Roberto Vedovato, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado do gerente de Comunicação da empresa, Marco Piquini.

TIROTEIO

De Marcelo Déda (PT-SE), sobre o fato de Ruth Cardoso ter defendido o direito aos saques:
- Por trás de uma grande primeira-dama, às vezes, tem um presidente muito pequeno.

CONTRAPONTO

Pediu para ouvir Deputado licenciado, o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha (PMDB), não perde uma oportunidade de ficar bem com seus colegas da Câmara.
No dia 18 de maio, Padilha se encontrou nos corredores do Planalto com o líder do PT Marcelo Déda (SE), que fora até lá acompanhando um grupo de prefeitos para uma audiência.
Efusivo, o ministro abriu os braços, abraçou o deputado, deu dois tapinhas em suas costas e o cumprimentou:
- Parabéns pela liderança! Só lamento não ter comparecido à posse, devido aos afazeres no ministério.
Déda agradeceu, disse que compreendia as razões da ausência do ministro, que insistiu:
- Lamento muito não poder ouvir mais os seus discursos.
Irônico, Déda rebateu:
- Não seja por isso. Se o sr. estiver com saudades da minha voz, vou até o seu ministério fazer um relato das condições das estradas de Sergipe. Uma a uma.



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