São Paulo, quinta, 4 de junho de 1998

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Boato sobre nova pesquisa volta a derrubar a Bolsa de SP 2,9%

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
da Reportagem Local

A Bolsa de Valores de São Paulo teve ontem queda de 2,90% por causa de boatos sobre uma pesquisa eleitoral na qual o presidente Fernando Henrique Cardoso estaria atrás de seu principal rival, Luiz Inácio Lula da Silva. A pesquisa seria publicada no próximo final de semana.
O mercado abriu em alta, animado com a valorização de 8,5% na Rússia, mas acabou caindo no final do dia com os rumores sobre a pesquisa e com a liminar que fechou o "data room" da Telebrás. As ações PN (que não dão direito a voto) da Telebrás caíram mais que a média da Bolsa: 3,30%.
O volume negociado, de R$ 668 milhões, continuou baixo. Os investidores mais cautelosos preferiram ficar de fora do mercado de ações, que está apresentando oscilações bruscas por conta da proximidade das eleições. Anteontem, por exemplo, a Bolsa subiu 5,67%, a maior alta do ano.
Os mercados futuros de juros e câmbio também reagiram negativamente à boataria sobre o crescimento na popularidade de Lula. As taxas de juros projetadas pelos contratos com vencimento em agosto subiram de 24,75% ao ano anteontem para 25,57% ontem.
O Banco Central interveio, logo após o fechamento da Bolsa, e anunciou que garante empréstimos a taxas de 22% ao ano até o dia 20 de agosto. Procura, com isso, desarmar as expectativas e derrubar os juros futuros para ter mais sucesso na venda, hoje, das LBCs, Letras do Banco Central.
Esses papéis, indexados nas taxas de juros do dia-a-dia, o chamado over, não eram vendidos desde junho de 94, antes do Real. Mas o BC teve de ressusitá-los pois não conseguia mais vender papéis com juros prefixados.




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