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Boato sobre nova pesquisa volta
a derrubar a Bolsa de SP 2,9%
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
da Reportagem Local
A Bolsa de Valores de São Paulo
teve ontem queda de 2,90% por
causa de boatos sobre uma pesquisa eleitoral na qual o presidente
Fernando Henrique Cardoso estaria atrás de seu principal rival,
Luiz Inácio Lula da Silva. A pesquisa seria publicada no próximo
final de semana.
O mercado abriu em alta, animado com a valorização de 8,5%
na Rússia, mas acabou caindo no
final do dia com os rumores sobre
a pesquisa e com a liminar que fechou o "data room" da Telebrás. As ações PN (que não dão direito a voto) da Telebrás caíram
mais que a média da Bolsa: 3,30%.
O volume negociado, de R$ 668
milhões, continuou baixo. Os investidores mais cautelosos preferiram ficar de fora do mercado de
ações, que está apresentando oscilações bruscas por conta da proximidade das eleições. Anteontem,
por exemplo, a Bolsa subiu 5,67%,
a maior alta do ano.
Os mercados futuros de juros e
câmbio também reagiram negativamente à boataria sobre o crescimento na popularidade de Lula.
As taxas de juros projetadas pelos
contratos com vencimento em
agosto subiram de 24,75% ao ano
anteontem para 25,57% ontem.
O Banco Central interveio, logo
após o fechamento da Bolsa, e
anunciou que garante empréstimos a taxas de 22% ao ano até o
dia 20 de agosto. Procura, com isso, desarmar as expectativas e derrubar os juros futuros para ter
mais sucesso na venda, hoje, das
LBCs, Letras do Banco Central.
Esses papéis, indexados nas taxas de juros do dia-a-dia, o chamado over, não eram vendidos
desde junho de 94, antes do Real.
Mas o BC teve de ressusitá-los pois
não conseguia mais vender papéis
com juros prefixados.
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