DENISE MADUEÑO
LUIZA DAMÉ
da Sucursal de Brasília

O PTB decidiu ontem romper a aliança para a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso. O partido poderá se aliar ao PPS, indicando o vice na chapa do pré-candidato Ciro Gomes à Presidência. A vaga poderá ser do senador José Eduardo Andrade Vieira (PTB-PR) ou do ex-governador Hélio Garcia (PTB-MG).
Apesar do rompimento, a decisão não terá reflexos nas votações dos projetos de interesse do governo no Congresso nem significará a saída de Paulo Paiva, filiado ao PTB, da pasta do Planejamento.
A ala governista do partido ainda vai tentar reverter o quadro na Convenção Nacional convocada para o dia 30 deste mês.
No anúncio do rompimento, o senador Vieira discursou como candidato de oposição: atacou a política econômica do governo, principalmente os altos juros, a falta de estímulo às exportações, o índice de desemprego e a lentidão no processo de reforma agrária.
Em entrevista publicada ontem no jornal "Correio Braziliense", Vieira insinuou que houve irregularidades na arrecadação de recursos na campanha de Fernando Henrique Cardoso, em 94.
"Oficialmente foram arrecadados R$ 33,6 milhões durante toda a campanha, mas tem muita gente que diz que foi mais. O que eu sei é que existem muitas pessoas que oferecem dinheiro, mas não querem recibo. E imagino que não se recusa dinheiro", afirmou.
Ontem, novamente questionado sobre o suposto "caixa 2", Vieira recuou: "Não sei nada disso".
FHC disse, por meio de seu porta-voz, Sergio Amaral, que nunca tomou conhecimento de irregularidades no seu comitê em 1994.



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