DA AGÊNCIA FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os depoimentos que abrem hoje a CPI de Santo André são os das únicas pessoas citadas ao Ministério Público com suposta ligação com o destino do dinheiro arrecadado no esquema de propina: as campanhas políticas do PT.
Miriam Belchior, ex-mulher do prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel (PT), e Gilberto Carvalho, ex-secretário de Governo da prefeitura municipal, foram citados no último dia 24 de maio em depoimento ao Ministério Público por João Francisco Daniel, irmão de Celso Daniel.
João Francisco disse aos promotores e depois reafirmou à imprensa e aos vereadores da CPI, em depoimento fechado na semana passada, que Miriam teria dito a ele que a propina arrecadada dos empresários seria para campanhas políticas do PT.
Já Gilberto teria se definido, também em suposta conversa com João Francisco, como "o responsável" por ter coletado certa vez R$ 1,2 milhão em Santo André e em seguida levado ao presidente nacional do PT, deputado federal José Dirceu. José Dirceu nega.
Ambos os depoentes de hoje, depois da divulgação do depoimento de João Francisco, negaram, em nota oficial, as conversas citadas pelo irmão do prefeito assassinado.

Outros
Depois desses depoimentos, serão ouvidos a empresária Teresinha Fernandes Soares Pinto, mulher de Ronan Maria Pinto, e o deputado federal Duílio Pisaneschi (PTB), ex-sócio da Viação São José.
Teresinha é dona da Viação Curuçá, empresa de transporte coletivo de Santo André integrante do pool que forma a Expresso Nova Santo André.
Já o deputado disse à imprensa que soube do esquema de propina em Santo André depois que foi obrigado, pelo secretário afastado de Serviços Municipais, Klinger Luiz de Oliveira Souza, e por Ronan Maria Pinto, a vender sua parte na Viação São José.
À época, o deputado não quis denunciar o fato, alegando ter tido apenas uma conversa com o ex-sócio Luís Alberto Ângelo Gabrilli Filho. (EDS E LA)



Texto Anterior: Sessão da CPI é marcada por clima de tensão
Próximo Texto: Frases
Índice