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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Grupo minoritário deixa Serra por Garotinho
Facção evangélica que prometeu apoiar Serra o troca por Garotinho
CLÁUDIA CROITOR
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia depois de admitir que
sua candidatura à Presidência da
República "sofreu um revés", o
presidenciável Anthony Garotinho (PSB) recebeu o apoio oficial
da Convenção Nacional das Assembléias de Deus.
A facção, que tem quase 210 mil
cabos eleitorais inscritos no Rio e
representa um grupo minoritário
da Assembléia de Deus, havia declarado, em maio, apoio ao candidato tucano, José Serra.
O anúncio foi feito pelo pastor
Samuel Ferreira, filho de Manoel
Ferreira, presidente da Convenção Nacional das Assembléias de
Deus e candidato a senador pelo
PPB-RJ, durante encontro em São
Paulo do ex-governador do Rio
com líderes evangélicas.
Questionado sobre o motivo da
desistência do apoio a Serra, Samuel disse que esse apoio, formalizado em um evento com milhares de pastores, nunca existiu.
A Convenção Geral das Assembléias de Deus, majoritária, já havia declarado apoio a Garotinho.
Estavam presentes ao encontro
cerca de 300 pastores e líderes de
quase todas as principais ramificações evangélicas, que entregaram a Garotinho um manifesto
declarando "apoio integral" à sua
candidatura, "em face da [sua"
postura cristã evangélica e experiência administrativa".
O manifesto foi assinado por
212 representantes de denominações tradicionais e pentecostais,
que congregam cerca de 90% dos
evangélicos do país. Entre os que
assinaram, estava o bispo Wanderval de Jesus, da Igreja Universal do Reino de Deus, ligada ao
PL, que se coligou com o PT de
Luiz Inácio Lula da Silva.
O apoio formal dos evangélicos
chega no momento em que a candidatura de Garotinho enfrenta
dificuldades, com resistências
dentro de seu próprio partido
-que aumentaram com a formalização da coligação PT-PL, o que
inviabiliza alguns palanques estaduais do candidato do PSB.
Além disso, há rumores de que
ele desistiria da candidatura para
apoiar Lula, o que ele nega. E Garotinho caiu em algumas pesquisas de intenção de voto.
"Crente não inventa"
Muitos dos pastores presentes
ao evento fizeram orações e discursos de apoio ao candidato, repetindo slogans do tipo "Crente
não inventa, vota 40", em alusão
ao número do PSB nas eleições,
ou "Voto em Garotinho porque,
além de crente, é competente".
Garotinho disse sofrer "discriminação por parte da imprensa"
por ser evangélico. "Querem segregar os evangélicos, criar um
verdadeiro apartheid no Brasil."
O candidato vai vender bônus
eleitoral de R$ 1 a partir da segunda-feira para financiar sua campanha. Ele espera arrecadar até
R$ 23 milhões com os bônus, que
serão colocados à venda em bancas do PSB em praças públicas.
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