DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Nem o apelo feito pelo tesoureiro do PT, Delúbio Soares, para depor no Congresso demoveu a blindagem feita em torno dele pela tropa de choque do governo na CPI dos Correios. Os petistas continuam irredutíveis na tese de que ainda não há embasamento para sua convocação.
Em discurso feito para sindicalistas em Goiânia, na semana passada, Delúbio se defendeu, chorando, das acusações.
"Vou falar na CPI e no Conselho de Ética [da Câmara]. Quero que me convoquem para mostrar ao Brasil aquilo que falei na entrevista coletiva: que o PT não compra deputado."
Uma das principais acusações contra o tesoureiro é de ser o responsável pelo pagamento do "mensalão".
O discurso não convenceu os petistas, que continuam adiando sua convocação. "A seu tempo isso ocorrerá, há requerimentos de sobra. Até agora seu envolvimento nas denúncias está em um outro fenômeno, na prática do suposto mensalão, e não nos Correios", disse o deputado Carlos Abicalil (PT-MT), que faz parte da CPI.
Os governistas adiam a convocação apoiando-se na instalação de uma CPI que investigará somente o suposto pagamento de mesada a deputados, o que não tem data marcada.
A oposição, por sua vez, insiste na urgência de o tesoureiro dar explicações. "Queremos convocar Delúbio já há algum tempo, mas o PT e o governo não querem", disse o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ). (FK)


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