|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Câmara tenta aprovar financiamento misto
Relator do projeto da reforma política aceita o modelo que prevê dinheiro público apenas para campanhas majoritárias
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após o fracasso da criação
das listas partidárias, a Câmara
tenta hoje instituir o financiamento público de campanha,
outro item da reforma política.
O acordo que estava sendo
costurado ontem era o de restringir o financiamento público
a campanhas majoritárias (presidente, governador, prefeito e
senador) e manter o acesso a
dinheiro privado em eleições
proporcionais (deputado federal, estadual e vereador).
Apesar do otimismo dos defensores da proposta, a instituição desse modelo misto de financiamento para campanhas
é difícil. Ao longo de todo o debate da reforma política, cristalizou-se entre os partidos a avaliação de que qualquer tipo de
financiamento público dependia da instituição do voto em
listas partidárias.
Mesmo assim, uma proposta
deve ser finalizada hoje por representantes de PT, PMDB,
DEM, PSB, PPS e PC do B. A
novidade é que agora o próprio
relator do projeto, Ronaldo
Caiado (DEM-GO), aceita o financiamento misto. "O sentimento de que isso será votado é
muito positivo. Há vários partidos defendendo", disse Caiado.
A idéia é criar um fundo público, com recursos do Orçamento, para as campanhas majoritárias. Uma das propostas
em estudo é de que o valor seja
o número de eleitores registrados (126 milhões, hoje) multiplicado por R$ 5: uma bolada de
R$ 630 milhões a ser dividida
entre as campanhas. Em caso
de segundo turno, haveria uma
suplementação no valor de
mais R$ 0,90 por eleitor, o que
poderia totalizar um gasto de
R$ 743 milhões para os cofres
públicos a cada eleição.
"O financiamento público
apenas para cargos majoritários não é o ideal, mas representa um importante avanço.
Diminui a proximidade do governo com as empresas", disse
Henrique Fontana (PT-RS).
Sobre as doações privadas
para campanhas proporcionais, haveria um teto, baseado
na média dos gastos das campanhas de deputados no ano passado, reduzida em um terço.
O texto a ser votado hoje pelo
plenário inclui ainda outros
pontos: o fim das coligações para eleições proporcionais, a
criação das federações partidárias (em que partidos formariam blocos permanentes) e a
fidelidade partidária.
Texto Anterior: Mesa analisa hoje processo contra Roriz Próximo Texto: Câmara: Plenário aprova em 1º turno o reajuste do FPM Índice
|