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Escuta da PF põe sob suspeita emenda de Quintanilha para construção de estádio
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PALMAS (TO)
Dois empreiteiros denunciados por desvio de verbas federais citam, em conversa alvo de
escuta telefônica, o presidente
do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha
(PMDB-TO), como participante em um esquema de fraude
em licitação para construção de
um estádio em Guaraí (TO).
O senador -presidente da
Federação Tocantinense de
Futebol (FTO)- apresentou
em 2000 uma emenda ao Orçamento de R$ 100 mil para a
construção do estádio.
O Ministério Público Federal
denunciou em 2002 à Justiça
Federal ao menos 70 pessoas,
entre eles Cleomar Quintanilha, irmão do senador, e empreiteiros que aparecem na
conversa. A Folha teve acesso
ao relatório sobre os grampos.
A conversa, gravada pela Polícia Federal em 2001, é entre
Antônio Régio Pereira e Jairon
Barros Neves, sócios na Remarc Construtora Ltda.,segundo a Procuradoria.
"Sobre o campo de futebol do
senador Leonardo [sic] Quintanilha [...], o senador disse até
que falou lá, disse que com você
se: "sei, quem vai fazer lá?" [...]
então o senador não entendeu
que tu tinha a empresa", diz
Régio, segundo transcrição.
"[...] ele quer fechar um pacote
só conosco que é pra ficar... a
gente resolver esse outro restante do aditivo, quer dizer, ele
quer botar já o... o futebol pra
nós descontar [sic] nesse valor
e [...], já está na conta da prefeitura os 100 mil", diz Régio.
A Secretaria de Administração de Guaraí não deu informações sobre o estádio. A reportagem não obteve informação se
a obra foi executada pela Remarc. A Procuradoria cita, porém, que a empresa fraudou licitação no valor de R$ 150 mil
no município.
Outro lado
Quintanilha negou ontem
envolvimento com o esquema.
A reportagem pediu à assessoria uma resposta sobre o caso e
recebeu o pronunciamento do
senador. "Jamais pratiquei atos
ilícitos em qualquer dos cargos
ou atividades que já exerci. (...)
Nunca tomei parte em esquemas de desvio de recursos de
obras públicas."
O prefeito de Guaraí, Milton
Alves da Silva (PT) não ligou de
volta. A Folha não localizou os
empreiteiros.
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