São Paulo, sábado, 04 de agosto de 2007

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Programa do PT fica sem Lula por causa da crise aérea

Estratégia do partido foi se afastar do caos na aviação

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A crise aérea foi o motivo da ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do programa exibido pelo PT na noite de quinta-feira. Temendo a contaminação do partido com os problemas nacionais, a Executiva do PT decidiu abrir mão da tradicional participação de Lula. "A crise aérea não é um problema do PT", disse um dirigente do partido.
Estrela do partido, Lula só não participou de um outro programa do PT: o de 2005, para convocação da eleição partidária e em meio ao escândalo do mensalão. Segundo integrantes da direção, a avaliação -compartilhada com Lula- foi que, às vésperas de um congresso nacional, não seria saudável levar a conjuntura política para o programa. Ainda segundo esses petistas, Lula não poderia ignorar o momento e teria obrigatoriamente que abordar o acidente com o Airbus-A320 da TAM caso o partido optasse por sua aparição.
Submetida a Lula, a decisão teve seu aval. Somada à insatisfação de setores do partido com os rumos do governo, a divisão interna do PT também pesou. Para não acirrar disputas, a Executiva buscou contemplar todas tendências: a reaproximação com as bases, com o movimento sindical, agrada às diferentes correntes.
"Avaliou-se a hipótese da participação ou não do presidente. Resolveu-se que era mais apropriado o Patrus [Ananias, ministro do Desenvolvimento Social] falar", afirmou o publicitário Edson Barbosa, da Link Comunicação, responsável pelo programa.
"Fui informado pelo [Ricardo] Berzoini [presidente nacional do PT] que eles avaliaram que neste momento era mais importante centrar no congresso do partido do que no governo", disse Gilberto Carvalho, chefe de gabinete da Presidência da República.
Berzoini afirma que estava "bolando um programa com essas características" antes da crise aérea e que falou com Lula. Na escolha dos participantes, levou-se em conta as correntes e suas funções. Daí a opção por um ministro (Patrus), uma prefeita (Luizianne Lins) e um parlamentar (Arlindo Chinaglia), além de Berzoini.
A aparição dos presidentes da CUT, Arthur Henrique, e da Contag, Manoel Serra, se deve à reaproximação com trabalhadores urbanos e rurais.


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