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Programa do PT fica sem Lula por causa da crise aérea
Estratégia do partido foi se afastar do caos na aviação
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise aérea foi o motivo da
ausência do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva do programa exibido pelo PT na noite de
quinta-feira. Temendo a contaminação do partido com os problemas nacionais, a Executiva
do PT decidiu abrir mão da tradicional participação de Lula.
"A crise aérea não é um problema do PT", disse um dirigente
do partido.
Estrela do partido, Lula só
não participou de um outro
programa do PT: o de 2005, para convocação da eleição partidária e em meio ao escândalo
do mensalão. Segundo integrantes da direção, a avaliação
-compartilhada com Lula- foi
que, às vésperas de um congresso nacional, não seria saudável levar a conjuntura política para o programa. Ainda segundo esses petistas, Lula não
poderia ignorar o momento e
teria obrigatoriamente que
abordar o acidente com o Airbus-A320 da TAM caso o partido optasse por sua aparição.
Submetida a Lula, a decisão
teve seu aval. Somada à insatisfação de setores do partido com
os rumos do governo, a divisão
interna do PT também pesou.
Para não acirrar disputas, a
Executiva buscou contemplar
todas tendências: a reaproximação com as bases, com o movimento sindical, agrada às diferentes correntes.
"Avaliou-se a hipótese da
participação ou não do presidente. Resolveu-se que era
mais apropriado o Patrus [Ananias, ministro do Desenvolvimento Social] falar", afirmou o
publicitário Edson Barbosa, da
Link Comunicação, responsável pelo programa.
"Fui informado pelo [Ricardo] Berzoini [presidente nacional do PT] que eles avaliaram
que neste momento era mais
importante centrar no congresso do partido do que no governo", disse Gilberto Carvalho, chefe de gabinete da Presidência da República.
Berzoini afirma que estava
"bolando um programa com essas características" antes da
crise aérea e que falou com Lula. Na escolha dos participantes, levou-se em conta as correntes e suas funções. Daí a opção por um ministro (Patrus),
uma prefeita (Luizianne Lins) e
um parlamentar (Arlindo Chinaglia), além de Berzoini.
A aparição dos presidentes
da CUT, Arthur Henrique, e da
Contag, Manoel Serra, se deve à
reaproximação com trabalhadores urbanos e rurais.
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