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SÃO PAULO
Laudo aponta união contra Alckmin
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), candidato
à reeleição, citou ontem um laudo
-feito pela Polícia Federal- para acusar partidos pequenos de o
atacarem em nome de "outros adversários" na disputa deste ano.
De acordo com o documento,
ao qual a Folha teve acesso, os
programas de TV do PAN, do
PTN (hoje na coligação que apóia
Maluf), do PST e de Moura utilizaram na campanha de 2000 o
mesmo locutor das inserções do
candidato do PPB, Paulo Maluf.
A perícia também atesta que há
"uma identidade" comum às propagandas e que, em alguns casos,
eles têm indícios de terem sido
feitas na mesma produtora.
No horário eleitoral deste ano, o
tucano é alvo preferencial dos
candidatos Osmar Lins, do PAN,
e Ciro Moura, da coligação Bandeira Paulista, formada por PTC,
PRP, PSC e PT do B.
"Na eleição para prefeito, isso já
aconteceu. Eu fiz uma denúncia à
Justiça, ela foi encaminhada à Polícia Federal e agora voltou a perícia provando que o locutor era o
mesmo, a fita era a mesma de outras candidaturas. Enfim, todos os
indícios de abuso do poder econômico e de manipulação", disse
o governador Alckmin ontem.
O tucano e Paulo Maluf, adversários na disputa pelo governo do
Estado e líderes nas pesquisas de
intenção de voto, concorreram à
Prefeitura de São Paulo. Osmar
Lins e Ciro Moura, então no PRN,
também eram disputavam.
Para o advogado Ricardo Penteado, que defende o governador
na ação, o laudo concluído há
pouco mais de um mês comprova
que existe um "conluio" de candidaturas com objetivo somente de
atacar o candidato tucano.
"Tudo indica que são candidaturas financiadas por uma mais
forte", disse ele, em referência a
Maluf. O governador, em campanha, evitou citar o nome do pepebista, mas atacou Osmar Lins.
"É o PAN de novo, língua de trapo, gente que está aí para a política só Deus sabe a serviço de
quem", disse, após evento com
aposentados na Associação Portuguesa de Desportos, na capital.
Segundo Penteado, o processo
ainda tramita na Justiça.
Lins e o PPB negaram as acusações. O candidato do PAN disse
que ele próprio financia seus programas e que irá processar o governador. Para emitir o laudo, os
peritos da Seção de Criminalística
da Polícia Federal analisaram
quatro fitas de vídeo. Ao final, responderam dez questões feitas pela delegacia que pediu a apuração.
A perícia também comprovou,
conforme revelou a Folha em
2000, que o PAN e o PTN compartilharam a mesma peça publicitária. As inserções, à época, chegaram a aparecer sem assinatura e
criticavam o governador tucano.
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