São Paulo, domingo, 04 de setembro de 2005

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PAINEL

Livro-caixa
Com a PF de olho em seu dinheiro no exterior, Duda Mendonça teve um encontro reservado em São Paulo, há cerca de duas semanas, com Paulo Maluf, para quem trabalhava antes de vender "Lula paz e amor".

Momento do brinde
Ao convidar Duda para jantar, Maluf prometeu abrir um Romanée-Conti, mesmo vinho que o marqueteiro ofereceu a Lula depois do debate no segundo turno da eleição de 2002.

Veja bem
Considerado inviável até dias atrás, o projeto de rifar Severino Cavalcanti mudou de patamar. "Não se cassa ninguém por falar besteira", diz um líder da oposição. "Mas relato de pagamento de "mensalinho" é outra coisa."

Barreira removida
O eventual impedimento de Severino derrubaria um dos pilares da sustentação de Lula: o pânico quase geral despertado por sua linha sucessória.

Não fui eu
O que mais se acha hoje na Câmara é deputado a declarar que não votou em Severino para presidente. Não se sabe mais de onde vieram seus 300 votos.

Deixa comigo
Arlindo Chinaglia (PT-SP) vendeu ao governo a idéia de que controla o fator José Janene (PP-PR), um dos homens-bomba a vagar por Brasília. Um observador da cena comenta: comparados os dois, o desfecho provável é Janene jantar Chinaglia.

Jeito de ser
Lula jamais ligou a José Sarney para agradecer pelo discurso em sua defesa. Não que na tribuna estivesse um senador qualquer. Nem que exista no Congresso muita gente disposta a fazer o mesmo que o ex-presidente.

Lobby da farda 1
Entre as mudanças no projeto que cria a Anac, agência reguladora da aviação civil, deve estar a manutenção da sede do órgão no Rio, onde funciona hoje o DAC, ligado aos militares.

Lobby da farda 2
Por pressão da Aeronáutica, líderes governistas ainda negociam o fim do prazo estabelecido pelo projeto para a substituição de militares por civis na composição da Anac.

Não é comigo
Chamada a explicar, na reunião de sexta no PT, por que o tucano Eduardo Azeredo foi deixado de fora da lista de cassáveis da CPI dos Correios, Ideli Salvatti de início apenas repetia: "Pergunte ao Mercadante".

Pau de arara
Segundo deputado presente à reunião, demorou, mas os dois senadores por fim disseram que houve um acordo: Azeredo entraria na roda mais adiante, quando a CPI do Mensalão concluir seu trabalho sobre a compra de votos no governo FHC.

Lost in translation
De um petista que não chora pela derrota de Tarso Genro: "É um Suplicy que fala javanês".

Hard rock
O presidente da CPI dos Correios, Delcídio Amaral, não larga o presente recebido de Jô Soares: uma caixa de CDs com o Led Zeppelin completo. Entre um depoimento e outro, ouve tudo "no último volume".

Versão reduzida 1
O médico João Francisco Daniel, irmão do prefeito assassinado de Santo André, não contou tudo o que sabe no depoimento à CPI dos Bingos. Informações colhidas após a reabertura do caso foram retiradas de seu script na última hora.

Versão reduzida 2
Como as apurações correm em sigilo, o depoente poderia comprometer os trabalhos se revelasse a identidade de uma nova testemunha que relata encontros do grupo acusado de corrupção na cidade. Pacotes de dinheiro teriam sido divididos em mesas de restaurantes.

TIROTEIO

Do deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), sobre a acusação de que o presidente da Câmara teria cobrado propina do concessionário de um dos restaurantes da Casa:
-Agora está explicado por que Lula condecorou Severino.

CONTRAPONTO

Desculpe, foi engano

O sub-relator de movimentação financeira da CPI dos Correios, Gustavo Fruet (PSDB-PR), estava terça-feira na "batcaverna", apelido da sala onde ficam os documentos da comissão, quando tocou o telefone.
Do outro lado da linha, um homem que se identificou como funcionário de uma empresa de telefonia procurava um dos técnicos da comissão.
-Ele saiu. Aqui é o Gustavo, posso ajudar?- disse Fruet.
-Gustavo, é o seguinte: meu vôo atrasou e não vou chegar no horário para entregar os dados dos sigilos telefônicos pedidos pela CPI. Será que algum desses deputados vai me azucrinar?
Fruet, conhecido por pregar peças nos colegas, aproveitou:
-Quem fala é o deputado Gustavo Fruet. Fique tranqüilo. O máximo que pode acontecer é a gente mandar prender você.
-Excelência, pelo amor de Deus, me desculpe!

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