São Paulo, segunda-feira, 04 de setembro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

Estaca zero

A inédita decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, que negou o registro das candidaturas de quatro deputados federais acusados de envolvimento com a máfia dos sanguessugas, está com os dias contados. O Tribunal Superior Eleitoral deve revogar a decisão amanhã, juntamente com outras impugnações de candidaturas determinadas pelo TRE fluminense.
Para os ministros do TSE, a cassação das candidaturas contraria a lei eleitoral, que prevê a inelegibilidade apenas em caso de sentença transitada em julgado, sobre a qual não caiba mais recurso. No tribunal superior a avaliação é que o TRE fluminense acenou para o eleitor com uma mercadoria que -embora agrade a setores da opinião pública- não tem como entregar.

Fora do padrão. Não foi submetida ao crivo dos ministros do TSE a campanha do biodiesel que a BR Distribuidora lançaria no fim de semana. Ministros entendem que a propaganda não é de utilidade pública nem se justifica pela concorrência de mercado.

Irmãos. Em carta endereçada aos evangélicos, Lula faz referências à Bíblia e diz que "nunca na história deste país" se investigou tanto denúncias de corrupção como agora. "Sei que o povo evangélico tem fortes princípios e valores éticos", diz o presidente.

Figurino. Em linguajar em tudo semelhante ao dos cultos evangélicos, Lula diz que agradece a Deus "por ter tido a honra de servir às igrejas", sem fazer distinção entre as denominações. No final, o presidente diz contar com as "orações" dos evangélicos para se reeleger.

Desceu do muro. Roberto Requião rompeu a "neutralidade" alardeada desde o início da campanha. No sábado, anunciou apoio à petista Gleisi Hoffmann ao Senado. Para domingo é esperada sua declaração formal de apoio a Lula, em comício do presidente no município de Colombo.

Adereço. Em sintonia com o programa de TV, o site de Geraldo Alckmin está mais apimentado. Quem acessasse a página no fim de semana encontrava uma cueca vermelha recheada de dólares. Ao clicar na figura, os dizeres: "Corrupção até debaixo da cueca".

Otimismo. A reboque da vantagem de José Serra (PSDB) nas pesquisas, tucanos e pefelistas alardeiam a estimativa de eleger 30 deputados federais por São Paulo, o dobro do obtido em 2002.

Tucanômetro. O PSDB conta eleger 20 deputados. Novos nomes dados como certos são Emanuel Fernandes, José Aníbal e Edson Aparecido. Da atual bancada, preocupam os casos de Antonio Carlos Pannunzio, Mendes Thame e Walter Barelli.

Casquinha. O PFL quer emplacar dez paulistas na Câmara. José Aristodemo Pinotti é o puxador de votos. Outros nomes, como Walter Ihoshi, foram escolhidos a dedo pelo prefeito Gilberto Kassab, que organiza a base para disputar a reeleição em 2008.

Pefelômetro. Nos cálculos nacionais, o PFL conta eleger até cinco governadores (três são considerados já eleitos), 80 deputados federais e de 7 a 10 senadores em outubro.

Fel. O PFL atribui aos tucanos dificuldades para seus candidatos a senador. Pefelistas acham que Moroni Torgan sofrerá com o desgaste de Lúcio Alcântara no Ceará e que o veto tucano pode atrapalhar Hugo Napoleão (PI).

Outro lado. A despeito das evidências, Orestes Quércia nega qualquer aproximação com o PT para bater em José Serra. E promete hoje, na propaganda de TV, começar a criticar Aloizio Mercadante.

Desafio. Em resposta a críticas do comando do PSDB, o senador Álvaro Dias (PR) diz que "dá um prêmio" se achar quem faça mais campanha para Alckmin que ele.

Tiroteio

Agora o PT, com o ministro Tarso Genro à frente, lançou esse melô da "concertación". Que nada mais é que o novo nome para a "cooptación" praticada desde o primeiro dia do governo Lula.


Do deputado federal RAUL JUNGMANN (PPS-PE), sobre a tese de um "pacto" entre partidos após as eleições em torno de temas comuns, como a reforma política, defendida por setores do governo.

Contraponto

Primeira viagem

A aliança com Luiz Henrique (PMDB), candidato à reeleição para o governo de Santa Catarina, fez o PFL local, sem tradição de campanha de rua, sair à caça de votos.
Candidato pefelista ao Senado, Raimundo Colombo debutou em carreatas há duas semanas. Empolgado, postou-se no alto do carro de som sem dar bola para o sol forte.
No dia seguinte, Colombo compareceu a outro evento. Com a careca vermelha, queimada pelo sol, o candidato lamentava a falta de experiência:
-Em 25 anos de política já fui deputado estadual, federal e prefeito. Mas nunca tinha feito uma carreata. Da próxima vez, só com protetor solar.


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