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Senador já vê
Rodrigo Maia como sucessor
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após 13 anos à frente do
PFL, Jorge Bornhausen,
articula, nos bastidores, a
própria sucessão. Seu
quarto mandato expira em
maio de 2007, data em
que, se tudo correr segundo o roteiro traçado por
ele, "um dos meninos" vai
assumir o comando.
O nome mais cotado,
hoje, para herdar a direção
do partido é o atual líder
do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ),
apontado como de extrema confiança de Bornhausen e peça central de um
tabuleiro que tem de acomodar os outros caciques.
Caso a transição se confirme, a vaga de Maia passaria para Antonio Carlos
Magalhães Neto (BA), que
deve voltar à Casa, segundo as projeções internas,
como o deputado mais votado da legenda nas eleições. Nesse cenário, a ascensão do neto do senador
Antonio Carlos Magalhães
(BA) poderia ser a chave
para uma conciliação com
o grupo "carlista". Há
anos, ACM e Bornhausen
disputam poder na sigla.
"Está na hora de passarmos o partido aos jovens",
disse Bornhausen à Folha.
O comando do PFL não
é a única incumbência que
o catarinense se prepara
para deixar: ele não disputa a renovação de seu
mandato de senador. Em
seu lugar, tenta emplacar
o ex-prefeito de Lages
(SC), Raimundo Colombo.
Ao longo dos quatro períodos em que foi reconduzido ao comando do
PFL, Bornhausen montou
uma tropa fiel, o que lhe
deu a vitória em todos os
embates importantes com
o grupo de ACM. Nesse
grupo pontificam, além de
Rodrigo Maia, o ex-vice-presidente da República
Marco Maciel (PE), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o líder da minoria na Câmara, José
Carlos Aleluia (BA). A sucessão no partido passa,
necessariamente, pela
acomodação de todos eles.
Por lealdade ao presidente da sigla, todos evitam falar publicamente na
sucessão. Mas as conversas para a assunção da dupla Maia/ACM Neto estão
bem adiantadas. O que facilita o consenso hoje em
torno do nome do deputado baiano é o fato de que
muitos parlamentares experientes -como Roberto
Brant (MG), Pauderney
Avelino (AM) e Moroni
Torgan (CE)- não renovarão seus mandatos.
Nesse caso, o cargo de líder poderia ser pleiteado
só por Aleluia, que já o
ocupou. Por isso, a solução
do xadrez pefelista passa,
necessariamente, pela necessidade de acomodá-lo
na próxima Mesa Diretora
da Câmara. Para isso, Rodrigo Maia costura um
acordo com o presidente
da Casa, Aldo Rebelo (PC
do B -SP), que quer ter no
PFL o aliado preferencial
para seguir no cargo.
A saída do Senado, entretanto, não significa o
fim da influência de Bornhausen sobre o partido.
Para manter as rédeas sobre os "meninos", ele se
refugiará numa espécie de
"think tank" pefelista, que
será criado em dezembro
próximo com a transformação do Instituto Tancredo Neves numa fundação. De lá, Bornhausen,
Maciel, e o prefeito do Rio,
Cesar Maia, iniciarão a
preparação para tentar o
vôo mais alto: tornar viável a candidatura de Maia
à Presidência em 2010.
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