São Paulo, quinta-feira, 04 de setembro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Caixa registradora

O avanço de Gilberto Kassab nas mais recentes pesquisas de intenção de voto já se faz sentir no caixa da direção nacional do DEM. Apenas nesta semana, entraram mais de R$ 3 milhões em doações destinadas ao comitê reeleitoral do prefeito. A ordem no partido é dar prioridade à campanha de Kassab. Em situação desfavorável na maioria das praças, o DEM encara a batalha de São Paulo como a chance de virar o jogo e se manter relevante nas composições para 2010.
Já no PSDB nacional, o dia ontem foi de choradeira generalizada de candidatos e coordenadores que reclamam de falta de dinheiro. A campanha de Geraldo Alckmin lidera o coro dos descontentes.



Que campanha? Lula tem agenda hoje e amanhã em Petrolina e Recife, mas a ordem é manter o presidente longe de palanques. Embora João da Costa (PT) suba como foguete na capital, procura-se evitar confronto com Carlos Eduardo Cadoca (PSC), candidato da base aliada.

Carro usado 1. Ao devolver anteontem à Justiça as chaves do Land Rover apreendido da MSI em 2007, Protógenes Queiroz disse que ele foi utilizado "exclusivamente" em diligências da Satiagraha. O delegado da PF, porém, continuou a usar o carro mesmo depois de ter sido afastado da operação. Em 20 de julho, estacionou-o pela última vez no aeroporto de Congonhas.

Carro usado 2. Dali Protógenes seguiu para Brasília. O Land Rover foi recolhido pela polícia mais de duas semanas depois a partir de uma notificação do estacionamento, que estranhou o abandono do veículo pelo "doutor Queiroz". Era assim que o chamavam os funcionários do local, onde ele sempre aparecia dirigindo o Land Rover.

Carro usado 3. A Superintendência Regional de PF diz ter tomado conhecimento do incidente com o Land Rover pela imprensa, há menos de uma semana. Na verdade, foi notificada do recolhimento do carro em 14 de agosto.

PT x PT. A ala paulista do PT conseguiu emplacar Dirceu Barbano no comando da Anvisa. O grupo de Brasília queria Beatriz MacDowell.

Conselhos. Hugo Chávez conversou ontem com o escritor e secretário da Cultura de Pernambuco, Ariano Suassuna, em parada técnica de seu avião em Recife. Ganhou o livro "A Pedra do Reino" e DVD do "Auto da Compadecida".

Mal na fita. O general Jorge Félix se segurou no cargo, mas saiu desgastado do episódio do grampo contra Gilmar Mendes. Assessores de Lula dizem que o chefe do Gabinete de Segurança Institucional seguiu o pior roteiro: negou com veemência a participação da Abin para depois ceder gradualmente e por fim praticamente admiti-la.

Cartoon. A revelação de que a Abin possui a famosa maleta que permite fazer escutas clandestinas rendeu ao general o apelido de Gato Félix, em alusão à maleta mágica do personagem do desenho.

Gritante. Chamou a atenção, na reunião da coordenação política do governo que tratou do episódio do grampo, o silêncio absoluto do sempre loqüaz Tarso Genro.

Outro lado. O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, afirma que falava genericamente, e não sobre o caso específico de Gilmar Mendes, quando manifestou a opinião de que "dificilmente" será descoberta a autoria do grampo.

Visita à Folha. Odair Dias Gonçalves, presidente da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava com Marcos Nogueira Martins, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Se a PF não tem pessoal especializado para determinadas ações, paciência, o Estado tem de prover. Mas não cabe à Abin ser polícia."

Do deputado NELSON PELLEGRINO (PT-BA), relator da CPI dos Grampos, em resposta ao general Jorge Félix, que confirmou a participação da agência na Operação Satiagraha.

Contraponto

Melhor assim

Ao saber do tiro levado por Edinho Montemor (PSB), vice na chapa de Orlando Morando (PSDB) em São Bernardo do Campo, o também candidato Luiz Marinho (PT) telefonou para o ex-deputado, hospitalizado em Santo André. No meio da conversa, Marinho se interessou em saber o número do quarto, pois pretendia visitá-lo.
-Acho que não ando mesmo com sorte. Me colocaram no quarto 313-, brincou Montemor.
-Mas esse número é muito bom!-, rebateu o petista.
À tarde, antes de ir ao hospital, Marinho recebeu um telefonema do paciente, que lhe informava, todo feliz, ter conseguido transferência para o "mais tucano" 345.


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