São Paulo, quinta-feira, 04 de setembro de 2008

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NEPOTISMO

Congressistas já demitiram 30 parentes após decisão do STF

ANDREZA MATAIS
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que proibiu o nepotismo provocou demissões no Congresso. Pelo menos 30 parentes de deputados federais e de senadores já foram demitidos desde a publicação da súmula que impediu a contratação de parentes até terceiro grau nos três Poderes.
Boletim administrativo da Câmara dos Deputados divulgado ontem revelou que, pelo menos, 14 parentes foram exonerados na última semana. Já no Senado Federal, ontem foram demitidos mais dois parentes.
O senador João Magalhães (PMDB-MG) tinha contratado em seu gabinete mulher, pai, sobrinho e a sogra. Todos foram exonerados. Somado, o salário da família do deputado chegava a R$ 11.540,68 por mês. A mulher dele, Renata Magalhães, recebia o maior salário entre os parentes: R$ 4.447,98.
A família do deputado Pedro Fernandes (PTB-MA) também perdeu o emprego. Foram demitidos mulher, filho, um irmão e a sobrinha. Os dois primeiros tinham os maiores salários do gabinete, de R$ 8.040,00 cada. Somando o salário do deputado com o dos seus parentes, a renda anual da família Fernandes com salários chegava a R$ 536.220,23. "Todos trabalhavam no meu gabinete e eram úteis. Não era ilegal. Agora que é não trabalham mais", disse o deputado.

Ex-secretária
O deputado federal Gilmar Machado (PT-MG) perdeu a assessora por causa da decisão do Supremo. Ele se casou com sua secretária parlamentar, Rosangela Borges, no dia 27 de agosto, dois dias depois de o Supremo publicar a súmula que proibiu o nepotismo. Rosangela foi demitida na última semana.
As demissões foram seguidas de protesto. O deputado federal Carlos Willian (PTC-MG) disse que demitiu a mulher só porque foi obrigado. "É um absurdo", afirmou Willian. A demissão de Layla Souza ainda não foi publicada no Boletim da Câmara.
No Senado, o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), demitiu o filho, enquanto o senador Flávio Arns (PT-PR) exonerou o sobrinho. O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) demitiu 14 funcionários, mas esclareceu que nenhum deles é seu parente: eles foram exonerados para trabalhar em sua campanha pela Prefeitura do Rio.


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