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Institutos criticam regra para pesquisa de opinião
Proposta é que sondagens eleitorais usem dados do IBGE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A inclusão na nova Lei Eleitoral de uma regra para determinar a metodologia das pesquisas de opinião gerou críticas
de institutos que fazem as sondagens durante as campanhas.
Uma emenda do senador
Marcelo Crivella (PRB-RJ) determina que o plano amostral
das pesquisas eleitorais deverá
seguir dados do IBGE relativos
a sexo, idade, grau de instrução
e nível econômico. Em cada
ano eleitoral, o instituto fornecerá à Justiça até o dia 31 de janeiro os dados para serem utilizados pelos institutos.
O diretor-geral do Datafolha,
Mauro Paulino, vê dois problemas na determinação. Os dados
do censo do IBGE costumam
estar defasados -o último é de
2000. Além disso, o órgão realiza censos de toda a população,
não só do eleitorado.
Isso gera, segundo ele, distorções sobretudo nas faixas em
que o voto é facultativo (16 e 17
anos e acima de 70 anos). O Datafolha hoje utiliza dados do registro de eleitores do TSE para
as pesquisas. "Se isso for aprovado, será uma ingerência indevida do Congresso no trabalho dos institutos", diz Paulino.
O diretor-presidente do instituto Sensus, Ricardo Guedes,
diz que já usa dados do IBGE e
não vê problemas em extrapolar para o eleitorado os dados
da população em geral. O que
ele critica é o fato de a metodologia passar a ser fixada em lei.
"O problema é a lei determinar uma metodologia, sendo
que existem diversas. Como fica, por exemplo, a pesquisa telefônica?", pergunta. Procurados, os institutos Ibope e Vox
Populi não se manifestaram.
Crivella afirma que sua intenção é evitar fraude e disse
ter tido garantias do IBGE de
que os dados fornecidos serão
atualizados com base nas contagens populacionais feitas pelo órgão entre um censo e outro. O IBGE não se manifestou.
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) disse que cogita
apresentar na semana que vem,
no plenário, um destaque derrubando a emenda.
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