São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2000

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FORTALEZA

Derrotados, Moroni Torgan e Patrícia Gomes não definem oficialmente se vão declarar apoio a Juraci Magalhães ou a Inácio Arruda na disputa do segundo turno das eleições
PFL e PPS não decidem quem vão apoiar

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Os dois candidatos que disputarão o segundo turno nas eleições para a Prefeitura de Fortaleza, Juraci Magalhães (PMDB) e Inácio Arruda (PC do B), não terão o apoio oficial de nenhum adversário derrotado no primeiro turno. Pelo menos por enquanto.
O governador Tasso Jereissati (PSDB) e seu antecessor Ciro Gomes (PPS), que no primeiro turno dedicaram-se à campanha de Patrícia Gomes (PPS), preferem ficar em silêncio.
O primeiro, esperando uma decisão final do partido sobre possíveis alianças; o segundo, declarando que vai apoiar qualquer decisão da ex-mulher.
O PSDB cearense tomou uma primeira decisão: não oficializar apoio nem a Juraci nem a Inácio.
Dentro do partido, porém, essa isenção não é regra. Nomes como os do senador Lúcio Alcântara e do deputado federal Ubiratan Aguiar declaram ter maior simpatia à candidatura de Inácio, enquanto o próprio Tasso sinaliza que talvez o ""menos traumático", para o seu governo, seria mesmo continuar com Juraci.
Outro que prefere ficar calado é o deputado federal Moroni Torgan (PFL). Ele mesmo já havia declarado, antes do primeiro turno, considerar Inácio -que encabeça uma frente de esquerda formada por PC do B, PT, PCB, PDT e PSB- "honesto", mas decidiu seguir a determinação do partido e se manter afastado da disputa no segundo turno.
Tanto uma decisão de Moroni como de Patrícia pode ser decisiva para definir os resultados do segundo turno. Os dois juntos conseguiram 35% dos votos -Moroni teve 18%, terminando em terceiro lugar, e Patrícia, 17%.
O atual prefeito Juraci Magalhães foi o mais votado, com 33% dos votos, seguido de perto por Inácio, com 30%.
A estratégia do prefeito para conquistar os votos de Patrícia e Moroni será questionar a competência do grupo de Inácio.
Para enfatizar essa crítica, Juraci vai relembrar que, durante o governo do PT na capital, entre 1985 e 1988, o partido não conseguiu administrar a cidade por causa de greves, que, segundo ele, poderiam acontecer novamente com um governo de esquerda.
Já Inácio deve atacar a administração de Juraci, sua vinculação ao governo federal e as denúncias de corrupção na prefeitura.
Segundo a assessoria da ex-mulher de Ciro, ela prefere não aparecer em público por enquanto, mas promete divulgar sua escolha daqui a alguns dias.
O apoio de Patrícia a Juraci é o menos provável, porque o PPS e a própria ex-mulher de Ciro sempre fizeram oposição ao prefeito na Câmara.
O problema em apoiar Inácio não seria ideológico -Patrícia já foi simpatizante do PC do B, mas a troca de acusações entre ambos na campanha. Ela chegou a chamá-lo de ""desonesto".


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