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FORTALEZA
Derrotados, Moroni Torgan e Patrícia Gomes não definem oficialmente se vão
declarar apoio a Juraci Magalhães ou a Inácio Arruda na disputa do segundo turno das eleições
PFL e PPS não decidem quem vão apoiar
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Os dois candidatos que disputarão o segundo turno nas eleições
para a Prefeitura de Fortaleza, Juraci Magalhães (PMDB) e Inácio
Arruda (PC do B), não terão o
apoio oficial de nenhum adversário derrotado no primeiro turno.
Pelo menos por enquanto.
O governador Tasso Jereissati
(PSDB) e seu antecessor Ciro Gomes (PPS), que no primeiro turno
dedicaram-se à campanha de Patrícia Gomes (PPS), preferem ficar em silêncio.
O primeiro, esperando uma decisão final do partido sobre possíveis alianças; o segundo, declarando que vai apoiar qualquer decisão da ex-mulher.
O PSDB cearense tomou uma
primeira decisão: não oficializar
apoio nem a Juraci nem a Inácio.
Dentro do partido, porém, essa
isenção não é regra. Nomes como
os do senador Lúcio Alcântara e
do deputado federal Ubiratan
Aguiar declaram ter maior simpatia à candidatura de Inácio, enquanto o próprio Tasso sinaliza
que talvez o ""menos traumático",
para o seu governo, seria mesmo
continuar com Juraci.
Outro que prefere ficar calado é
o deputado federal Moroni Torgan (PFL). Ele mesmo já havia declarado, antes do primeiro turno,
considerar Inácio -que encabeça uma frente de esquerda formada por PC do B, PT, PCB, PDT e
PSB- "honesto", mas decidiu seguir a determinação do partido e
se manter afastado da disputa no
segundo turno.
Tanto uma decisão de Moroni
como de Patrícia pode ser decisiva para definir os resultados do
segundo turno. Os dois juntos
conseguiram 35% dos votos
-Moroni teve 18%, terminando
em terceiro lugar, e Patrícia, 17%.
O atual prefeito Juraci Magalhães foi o mais votado, com 33%
dos votos, seguido de perto por
Inácio, com 30%.
A estratégia do prefeito para
conquistar os votos de Patrícia e
Moroni será questionar a competência do grupo de Inácio.
Para enfatizar essa crítica, Juraci
vai relembrar que, durante o governo do PT na capital, entre 1985
e 1988, o partido não conseguiu
administrar a cidade por causa de
greves, que, segundo ele, poderiam acontecer novamente com
um governo de esquerda.
Já Inácio deve atacar a administração de Juraci, sua vinculação
ao governo federal e as denúncias
de corrupção na prefeitura.
Segundo a assessoria da ex-mulher de Ciro, ela prefere não aparecer em público por enquanto,
mas promete divulgar sua escolha
daqui a alguns dias.
O apoio de Patrícia a Juraci é o
menos provável, porque o PPS e a
própria ex-mulher de Ciro sempre fizeram oposição ao prefeito
na Câmara.
O problema em apoiar Inácio
não seria ideológico -Patrícia já
foi simpatizante do PC do B, mas
a troca de acusações entre ambos
na campanha. Ela chegou a chamá-lo de ""desonesto".
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