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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Lula e Cabral formalizam aliança para 2º turno no Rio
Peemedebista
apóia o presidente e
diz que Garotinho
tem direito de ficar
com o PSDB
Encontro entre candidato do
PT à reeleição presidencial e
concorrente do PMDB ao
governo fluminense está
agendado para amanhã
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá ao Rio amanhã
para encontrar o candidato do
PMDB a governador, senador
Sérgio Cabral Filho. Será a formalização do apoio de Lula e do
PT à candidatura peemedebista. Ao presidente, interessa ter
em Cabral um aliado. É a garantia de um palanque forte no Estado. A deputada federal Denise Frossard (PPS), adversária
do senador no segundo turno,
apóia o oponente de Lula, Geraldo Alckmin, do PSDB.
Ontem, Cabral, que venceu a
eleição no primeiro turno
(3.422.528 votos, ou 41,4% dos
válidos), anunciou que apoiará
Lula, que também venceu no
Estado, mas por uma margem
maior: 4.092.648 votos (ou
49,2%). A decisão desagradou o
presidente estadual do PMDB,
Anthony Garotinho, e sua mulher, a governadora Rosinha
Matheus. Ontem o casal anunciou que apóia Alckmin (que
recebeu 2.402.076 votos, ou
28,86%) e foi a São Paulo para
tornar público esse apoio.
À Folha o senador procurou
minimizar a importância do
apoio dos Garotinho ao PSDB.
Disse que, ao decidir não disputar a eleição presidencial, o
PMDB liberou seus políticos
para apoiar quem quisessem.
"É um direito deles", disse
Cabral, em tom seco, quando
questionado sobre o apoio a
Alckmin por parte de dirigentes de seu partido no Estado. A
seguir, disse ter conversado
pessoalmente e por telefone
com Garotinho sobre a sucessão presidencial. Não chegaram a um acordo sobre quem
apoiar. O PMDB terá no Rio
dois palanques. Um pró-Lula,
com Cabral, e outro pró-Alckmin, com Garotinho e Rosinha.
"A nossa relação sempre foi
de muita independência. Como
o partido havia liberado seus
militantes para decidir o que
melhor conviesse a cada um, na
verdade não houve nenhuma
novidade nesse posicionamento diferente entre mim e Lula",
disse Cabral, acrescentando
que Garotinho não expressou
desagrado com sua escolha.
"Ele me respeita", afirmou
ele, para quem o ex-governador
fluminense "tem um histórico
de muita briga com o PT".
Segundo Cabral, Lula vai ao
Rio referendar a união de "partidos que compõem o campo
popular contra uma candidatura conservadora". Com a formalização do apoio de Lula,
dois derrotados no primeiro
turno deverão migrar para a
candidatura peemedebista:
Vladimir Palmeira (PT) e o senador Marcelo Crivella (PRB).
Crivella teve o apoio de Lula no
primeiro turno. Ontem, viajou
a Brasília a fim de falar com Lula e com o vice José Alencar.
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