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Candidatos linha-dura não se reelegem e "bancada
da bala" fica enfraquecida
DA REPORTAGEM LOCAL
As eleições deste ano tiraram do Legislativo personalidades ligadas à área da segurança pública defensoras da
linha-dura na repressão ao
crime, conhecidas também
como a "bancada da bala".
Da Assembléia Legislativa
de São Paulo estão fora o coronel Erasmo Dias (PP), o delegado Romeu Tuma Júnior
(PMDB) e o radialista Afanasio Jazadji (PFL). Da Câmara
saem o ex-governador de SP
Luiz Antônio Fleury Filho
(PTB-SP) e o deputado Josias
Quintal (PSB-RJ).
Dias foi secretário de Segurança Pública de SP durante o
regime militar, entre 1974 e
1979, quando funcionava a
pleno vapor o Dops (Departamento de Ordem Política e
Social), a polícia política acusada de torturar e matar suspeitos de "subversão".
A linha adotada pelo coronel era defendida por setores
da imprensa, como Jazadji.
Fleury era governador em
1992 quando 111 presos foram
mortos pela polícia, no que ficou conhecido pelo "massacre do Carandiru".
O ex-governador (também
ex-secretário de Segurança
Pública) diz não ver uma alteração no perfil do eleitorado,
já que muitos candidatos ligados à segurança pública tiveram sucesso. Para ele, o candidato Paulo Maluf (PP) acabou concentrando o eleitorado desse segmento em SP.
Campeão de votos no Estado para a Câmara com
739.827 votos, Maluf se defende dizendo que seu eleitorado avaliou mais suas obras,
apesar de se vangloriar da política de segurança. "Eu dei
segurança a São Paulo. Se outros não deram, têm que explicar. Agora, eu gostaria que
o sujeito pudesse sair na rua
com sua esposa, com um rolex no pulso e que não acontecesse nada. Se [o discurso sobre segurança] fosse decisivo,
o Erasmo Dias e o Conte Lopes estavam eleitos", afirmou
ele, que incluiu erroneamente Lopes na lista.
Tuma Júnior é filho do senador Romeu Tuma, delegado da PF, que viu também seu
irmão Robson Tuma (PFL) ficar fora da Câmara. Por outro
lado, os eleitores consagraram membros da "bancada da
bala" como os deputados Alberto Fraga (PFL-DF), Pompeo de Mattos (PDT-RS) e
Enio Bacci (PDT-RS).
(ROGÉRIO PAGNAN E MATHEUS PICHONELLI)
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