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Senado instala CPI das ONGs; DEM fica com a presidência
Após disputa na base governista, Ideli Salvatti (PT-SC) emplaca Inácio Arruda (PC do B-CE), seu aliado, como relator da comissão
O presidente é Raimundo Colombo (DEM-SC); serão investigadas denúncias de favorecimento e desvios por ONGs de 1999 até 2006
SILVIO NAVARRO
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com uma briga entre PT e
PMDB pela relatoria da comissão, o Senado instalou ontem a
CPI das ONGs para investigar
denúncias de favorecimento e
desvio de recursos públicos por
organizações não governamentais de 1999 até 2006.
Instalada mais de seis meses
depois que o pedido foi aprovado, a CPI funcionará por 120
dias e será presidida por Raimundo Colombo (DEM-SC),
aliado do ex-presidente do
DEM, Jorge Bornhausen (SC).
Após uma disputa na base do
governo, o relator indicado foi o
senador Inácio Arruda (PC do
B-CE). A escolha teve a interferência da líder do PT, Ideli Salvatti (SC), que conseguiu emplacar um aliado no cargo. Com
um adversário político à frente
da CPI, a petista avalia que será
o principal alvo da comissão.
Até a véspera da instalação
da CPI, havia acordo na base
para que o senador Valter Pereira (PMDB-MS) ficasse com a
relatoria. Na última hora, porém, Ideli articulou para rifá-lo.
Ela também trocou indicados pelo bloco governista para
compor a CPI, como Sibá Machado (PT-AC). Foi ele quem
anunciou na sessão de instalação que Inácio Arruda era o nome do governo para a relatoria.
" O entendimento, que o próprio líder do PMDB concordou,
era que seria Inácio", disse ele.
Pereira havia dito que não
abria mão do posto, mas evitou
atacar o PT. "Deixa a poeira
baixar", disse. Na noite de anteontem, em jantar com mais
12 senadores do PMDB, ele
causou constrangimento ao pedir que a bancada o apoiasse.
A avaliação de Ideli, compartilhada pelo líder do governo,
Romero Jucá (PMDB-RR), é
que após ter capitaneado a "rebelião" do PMDB, Pereira se
mostrou "pouco confiável".
Segundo reportagem da revista "Veja" desta semana, os
principais envolvidos na denúncia de desvio público na Fetraf-Sul (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul) teriam ligação com Ideli. A ONG recebeu
R$ 5,2 milhões entre 2003 e
2007 da União. A oposição suspeita que ONGs integravam esquema de caixa dois do PT catarinense. Ela nega as acusações e
atribui a divulgação das denúncias a Raimundo Colombo. Colombo afirmou que "todas as
denúncias serão investigadas".
A estratégia da oposição é retomar o caso da compra do dossiê antitucano por petistas nas
eleições. Uma das suspeitas é
que o dinheiro para a negociação teria saído de ONG ligada a
Jorge Lorenzetti, que integrou
comitê da campanha de Lula. A
filha de Lorenzetti, Natália, trabalha no gabinete de Ideli.
Nos bastidores, o PT ameaça
investigar o Comunidade Solidária, que era dirigido pela ex-primeira-dama Ruth Cardoso.
Inácio Arruda anunciou que
tem requerimentos cobrando
investigações de ONGs ligadas
ao PSDB e Ocips (Organizações
da Sociedade Civil de Interesse
Público) durante a gestão FHC.
"As Ocips também entram."
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