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Porto Alegre
Tarso liga "projeto Dilma" a triunfo do PT no Sul
Para ministro, eleição de Maria do Rosário "representaria superação de crise" que partido no RS enfrenta desde o mensalão
Candidata petista está em 2º nas pesquisas, empatada tecnicamente com Manuela (PC do B); o prefeito Fogaça, do PMDB, lidera com 35%
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE
O ministro Tarso Genro
(Justiça) associou ontem o sucesso do projeto presidencial
de Dilma Rousseff (Casa Civil)
em 2010 ao triunfo do PT e sua
candidata Maria do Rosário na
disputa pela Prefeitura de Porto Alegre. Depois de 16 anos de
gestão e outros quatro na oposição em sua capital de maior
tradição, os petistas correm o
risco de não chegar ao segundo
turno amanhã.
"É importante [para Dilma
em 2010], pelo símbolo que
tem Porto Alegre e pela superação que a eleição representaria
da crise que o PT gaúcho enfrentou a partir do chamado
processo do mensalão", afirmou o ministro da Justiça.
Ex-prefeito de Porto Alegre,
Tarso reconheceu em entrevista à Folha: "Tudo indica que a
candidata do PT [à Presidência] será a ministra Dilma, que
é, por todos os sinais, quem
tem a preferência de Lula".
Para se tornar candidata, a
deputada federal Maria do Rosário derrotou nas prévias partidárias o ex-ministro Miguel
Rossetto, que contava com o
apoio de Dilma, de Tarso e dos
outros três ex-prefeitos petistas do município. Rosário centra a campanha na ligação com
Lula. Ela disse ontem que o
projeto de conduzir Dilma ao
Planalto passa por Porto Alegre, cidade onde a ministra vivia antes de ir para Brasília.
"Eu tenho me empenhado
muito em levar o nosso partido
ao segundo turno e à vitória,
porque eu vejo esse vínculo [da
eleição municipal com a de
2010]", afirmou Rosário.
"Não que ele seja determinante. Mas essa vitória aqui é
uma homenagem à mãe do
PAC. Em cada passo que eu
dou, também penso na ministra Dilma como presidente."
Enquanto Tarso e Rosário
aventam a hipótese de um desenlace positivo para o PT em
Porto Alegre contribuir com o
plano de fazer de Dilma a sucessora de Lula, o candidato à
reeleição, José Fogaça
(PMDB), especula o contrário.
"Claro que toda vez que os
candidatos que ela [Dilma]
apoiou vierem a perder, e ela
apoiou os candidatos do PT em
todo o Estado, isso vai se refletir nas dificuldades um pouco
maiores que ela terá eleitoralmente em 2010", disse Fogaça.
Como o partido do prefeito
integra a base do governo federal, ele faz uma ressalva: "Se a
ministra vier a integrar uma
chapa do PMDB em 2010, obviamente que elas [as dificuldades de uma derrota agora] se
diluirão completamente".
Pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira mostrou Fogaça com 35% das intenções de
voto, seguido pelos deputados
federais Maria do Rosário
(20%), Manuela D'Ávila (PC do
B; 18%), Onyx Lorenzoni
(DEM; 8%) e Luciana Genro
(PSOL; 7%). Considerando os
votos válidos, o atual prefeito
alcança os 39%.
Debate
Um dos fatos marcantes do
debate televisivo anteontem na
RBS foi o nervosismo aparente
de Manuela, 27. Por duas vezes
ela se confundiu, sem saber a
quem perguntar. Fogaça foi criticado por todos os concorrentes. Luciana Genro, filha de
Tarso, atacou igualmente as
oponentes do PC do B e do PT.
Ela citou o mensalão e destacou
que Rosário é apoiada pelo ex-ministro José Dirceu.
Ontem, Tarso brincou com o
colega Orlando Silva (PC do B).
O ministro dos Esportes disse
em comício na quarta-feira que
o coração de Lula bate por Manuela, e Tarso saberia, mas calava. O ministro respondeu: "O
ministro Orlando Silva sabe
que o coração de Lula bate pela
Maria, mas não contou".
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