São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para Dallari, acusações são "maquiavélicas"

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A jornalista Mônica Dallari, namorada do senador Eduardo Suplicy (PT), afirmou ontem que as declarações do secretário municipal Valdemir Garreta (PT) são maquiavélicas e absurdas.
Mônica entrou no foco de discussões após a polêmica entrevista que concedeu à revista "Veja", uma semana antes da derrota da prefeita Marta Suplicy (PT).
Ela contestou a insinuação de Garreta de que a entrevista teria sido pedida antes ao senador Suplicy. A mesma coisa foi dita ontem pelo redator-chefe da revista "Veja", Mario Sabino. "Esse Garreta não sabe o que diz", afirmou Sabino.
Mônica falou com a Folha num dos corredores do 14º Distrito Policial de Pinheiro, onde prestou depoimento sobre o furto ocorrido na casa dela no dia da eleição.
 

Folha - Como aconteceu a entrevista à revista "Veja"?
Mônica Dallari
- Na terça-feira [26 de outubro], a "Veja" me procurou querendo conversar sobre o Eduardo. Disseram que a pauta era sobre o senador mais querido do Brasil e eles queriam o ponto de vista da namorada. Pela popularidade do Eduardo e pela dedicação dele às campanhas do PT, achei mais do que justo. Então, resolvi fazer a entrevista. Mas, eu fiquei sabendo que a reportagem tinha virado de páginas amarelas no sábado de madrugada quando acessei o site na internet. O objetivo era outro, era conversar sobre o Eduardo e sobre o trabalho dele.

Folha - À Folha, Garreta disse que a entrevista da senhora fez parte de um contexto maior e que o objetivo era constranger a prefeita Marta.
Mônica -
A entrevista é tão primária que eu prefiro não comentar.

Folha - A senhora ficou chateada?
Mônica -
É um absurdo, é absolutamente inconsistente. Quem conhece o Eduardo, e todo mundo conhece, sabe que isso é de um maquiavelismo completamente desproporcional, isso não existe e nunca existiu. O Eduardo, diferentemente disso, sempre jogou muito aberto com todo mundo.

Folha - Mas ele acusa o senador de "amplificar" o preconceito contra a ex-prefeita. A senhora...
Mônica -
Eu não vou comentar a entrevista.

Folha - A senhora se arrepende da entrevista à "Veja"?
Mônica -
Se eu fosse procurada para fazer uma entrevista de páginas amarelas, não daria. Sei que acabei magoando muita gente que eu não gostaria de ter magoado e a minha posição sempre foi a de ficar discreta, de levar a minha vida com os meus filhos, sempre de uma maneira muito discreta.
Por outro lado, acho que tinha já dentro de mim uma vontade de ... acho que uma certa.... qual a palavra? uma certa indignação com a forma de tratamento ao Eduardo. E isso é de mim, aconteceu e está aí.

Folha - Mas a senhora se arrependeu?
Mônica -
Não me arrependo. Se eu pudesse ter optado, não teria falado nesse contexto, mas falei, está falado e ponto final nesse assunto.


Texto Anterior: Empenho
Próximo Texto: Panorâmica - Eleições: PT divulga balanço do 2º turno
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.