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Para tucano, comissão
vive "grande momento"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Parlamentares da oposição afirmaram ontem que a informação
divulgada pela CPI dos Correios
prova o que a sociedade já saberia:
que o dinheiro do "valerioduto"
tem origem em órgãos públicos,
segundo esses congressistas.
"Acho que é um indício fortíssimo de uma coisa que nem precisava ser provada com documentos. Todo mundo sabe que o esquema envolvia recursos públicos", disse Arthur Virgílio (AM),
líder do PSDB no Senado.
Segundo o tucano, a CPI vive
seu "grande momento". "É um
grande fio da meada, vai dar muito trabalho à CPI e ao Ministério
Público", afirmou.
O deputado tucano Alberto
Goldman, líder do partido na Câmara, foi na mesma linha: "Essa é
a prova definitiva do assalto às
empresas estatais. É o fio que deve
ser puxado para se chegar à origem de todo o dinheiro e mais
uma prova de que os empréstimos no BMG e no Rural são, na
verdade, uma cortina de fumaça".
Ao contrário de Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da CPI, e
da oposição, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) afirmou ontem que
ainda não está confirmado que o
esquema montado pelo publicitário Marcos Valério de Souza foi
abastecido com dinheiro público.
"A simples coincidência de datas não é uma prova irrefutável.
Temos que investigar. Como hipótese é plausível, mas não é irrefutável", disse Ideli, que é uma das
principais governistas da CPI dos
Correios.
A senadora também criticou o
fato de repasses do banco ocorridos em 2001 e 2002, ou seja, no governo passado, não terem sido divulgados por Serraglio.
"Isso põe em xeque a credibilidade das investigações. Corrupção não tem data de validade. Parece que a CPI está querendo incriminar o PT", disse ela.
O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), outro integrante da
comissão, também foi cauteloso
ao comentar o fato. "À primeira
vista há indicadores que precisam
ser investigados, mas temos que
ouvir a versão do Banco do Brasil", disse ele, ressaltando que não
teve acesso aos documentos sobre
o caso ainda.
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