São Paulo, sexta-feira, 04 de novembro de 2005

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Para tucano, comissão vive "grande momento"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Parlamentares da oposição afirmaram ontem que a informação divulgada pela CPI dos Correios prova o que a sociedade já saberia: que o dinheiro do "valerioduto" tem origem em órgãos públicos, segundo esses congressistas.
"Acho que é um indício fortíssimo de uma coisa que nem precisava ser provada com documentos. Todo mundo sabe que o esquema envolvia recursos públicos", disse Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado.
Segundo o tucano, a CPI vive seu "grande momento". "É um grande fio da meada, vai dar muito trabalho à CPI e ao Ministério Público", afirmou.
O deputado tucano Alberto Goldman, líder do partido na Câmara, foi na mesma linha: "Essa é a prova definitiva do assalto às empresas estatais. É o fio que deve ser puxado para se chegar à origem de todo o dinheiro e mais uma prova de que os empréstimos no BMG e no Rural são, na verdade, uma cortina de fumaça".
Ao contrário de Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da CPI, e da oposição, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) afirmou ontem que ainda não está confirmado que o esquema montado pelo publicitário Marcos Valério de Souza foi abastecido com dinheiro público.
"A simples coincidência de datas não é uma prova irrefutável. Temos que investigar. Como hipótese é plausível, mas não é irrefutável", disse Ideli, que é uma das principais governistas da CPI dos Correios.
A senadora também criticou o fato de repasses do banco ocorridos em 2001 e 2002, ou seja, no governo passado, não terem sido divulgados por Serraglio.
"Isso põe em xeque a credibilidade das investigações. Corrupção não tem data de validade. Parece que a CPI está querendo incriminar o PT", disse ela.
O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), outro integrante da comissão, também foi cauteloso ao comentar o fato. "À primeira vista há indicadores que precisam ser investigados, mas temos que ouvir a versão do Banco do Brasil", disse ele, ressaltando que não teve acesso aos documentos sobre o caso ainda.


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