São Paulo, quarta-feira, 04 de novembro de 2009

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Baixo quorum faz aliados de Lula adiarem votação sobre Venezuela

Entrada do país vizinho no Mercosul sofre resistência de senadores da oposição

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo decidiu adiar para a próxima semana a votação do ingresso da Venezuela no Mercosul. Os governistas avaliaram que seria arriscado colocar o assunto na pauta de hoje, pois há muita resistência da oposição e a aprovação dependeria da presença efetiva de integrantes da base aliada do presidente Lula no Senado.
O protocolo foi aprovado na semana passada pela Comissão de Relações Exteriores por 12 votos a 5, mas precisa passar pelo plenário do Senado.
Os governistas rejeitaram o parecer do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que se posicionou contrariamente à entrada da Venezuela no Mercosul. Tasso criticou principalmente a falta de democracia do governo de Hugo Chávez.
O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), já havia admitido que era preciso negociar a votação em plenário com a oposição. Ele foi autor do voto em separado na comissão, instrumento legislativo usado para derrubar o parecer de Tasso.
Ontem o vice-líder do governo no Senado, Gim Argello (PTB-DF), afirmou que a votação no plenário deverá ocorrer no dia 11. "Hoje [ontem] o quorum já está abaixo, com apenas 51 senadores. Nós esperávamos pelo menos 60", disse.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse à Folha que irá colocar o assunto em votação apenas depois de ouvir os líderes dos partidos.
Muitos senadores emendaram o feriado do Dia de Finados, ocorrido na segunda-feira. Até mesmo os oposicionistas contavam com a votação só na semana que vem. "Queremos adiar porque, até a votação, Chávez deverá cometer alguma bobagem", disse Tasso.
A expectativa na oposição é que até a semana que vem Chávez envie ao Senado pedido formal de desculpas por ter chamado os senadores de "papagaios" do Congresso americano, numa crítica à demora na votação. O PSDB irá votar fechado contra a adesão, mas o DEM tem defecções. O líder do partido, senador Agripino Maia (RN), disse que irá reunir a bancada para tentar fechar uma posição.


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