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SÃO PAULO
Total do Orçamento para 2001 é de R$ 43,38 bi; deputados aprovaram 1.481 emendas; PT propôs 533 delas
Assembléia propõe R$ 11 bi em emendas
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Assembléia Legislativa de São
Paulo apresentou cerca de R$ 11
bilhões em emendas parlamentares ao Orçamento proposto pelo
Executivo estadual para 2001,
num total de 1.481 emendas.
A proposta será discutida hoje
em audiência pública pela Assembléia Legislativa do Estado.
O Orçamento enviado por Covas prevê para 2001 R$ 43,38 bilhões em verbas -uma variação
de 7,6% em relação ao ano passado. Chegaram a ser propostas
4.785 emendas, um número recorde. A maior parte era formada
por emendas pontuais -que tratam de projetos específicos em
determinadas regiões e são proibidas pela Assembléia.
Das emendas que serão trabalhadas pelo relator, deputado estadual Roberto Engler (PSDB), o
PT deverá ter o maior número.
Ao todo, 533 emendas, seguido
pelo PSDB, com 187 emendas, e,
pelo PL e PPS, com 153 e 151
emendas, respectivamente.
O PPB, PTB, PFL e PMDB são
responsáveis por 20% das emendas que serão trabalhadas. Outros
partidos, como PC do B, PDT,
PSB, PRP, PSD e PV contribuíram
com cerca de 10% das emendas
que devem ser analisadas.
O valor de R$ 11 bilhões é simbólico, uma vez que cerca de 60%
das emendas analisadas pelo relator possuem similares entre si.
Do montante total estimado da
receita orçamentária proposta, R$
9,25 bilhões e R$ 1,9 bilhão são
descontados, já que são referentes
a transferências aos municípios e
às contribuições previdenciárias,
respectivamente.
Entre as receitas disponíveis
propostas pelo Executivo, R$ 9,58
bilhões estão aplicados na Educação e R$ 5,29 bilhões na Segurança. Os valores representam crescimentos de 11,87% e 14,61%, respectivamente, em relação ao Orçamento deste ano.
Na proposta enviada pelo Executivo, há previsão de diminuição
de verba para duas áreas.
A Fapesp e faculdades estaduais
tiveram queda de 1,58% em seus
recursos. O valor da proposta
atual é de R$ 624 milhões. A Secretaria do Emprego e das Relações do Trabalho, que contava
com R$ 248 milhões, passa a ter,
pela proposta, R$ 240 milhões.
O corte se deve ao fim de projetos que estavam em construção,
como o Banco do Povo, segundo
José Police Neto, assessor da liderança do governo na Assembléia.
"O Orçamento vem sendo cumprido pelo governador desde
1995. Ele cumpre o que está sendo
aprovado pela casa", afirmou. A
taxa de remanejamento, este ano,
deve ficar em torno de 17%.
Ajuste fiscal
A maior crítica da oposição em
relação à proposta é relativa ao
aumento do salário do funcionalismo público e dos investimentos
da administração direta. Para deputados da oposição, os ganhos
com o ajuste não estariam sendo
compensados na prática.
"A proposta orçamentária é
uma peça de ficção", disse o petista Jilmar Tatto. "O saneamento
das contas não é revertido em favor dos funcionários públicos e os
investimentos são feitos por instituições internacionais".
"Não existe mais aquele modelo
em que a administração direta era
a responsável por todos os investimentos e que o funcionalismo
consumia tudo. O Estado agora é
mais enxuto", afirmou o deputado tucano Walter Feldman.
Cerca de 22% da receita disponível é destinada a infra-estrutura
e gestão, que foca os gastos em
obras das diversas áreas. É mais
que Segurança e Saúde.
Segundo Feldman, o Orçamento tem sido estável nos últimos
anos. "Ele é realista em termos de
receitas, despesas e inflação", afirmou.
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