DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Eduardo Suplicy (SP), líder do PT no Senado, assumiu ontem o papel de repórter em entrevista coletiva do chefe da equipe de transição do PT, Antônio Palocci Filho.
"O Suplicy cria mais dificuldade do que 20 jornalistas juntos", disse Palocci, pressionado pelo senador a dar informações sobre as indicações para presidente e diretores do Banco Central.
A cena ocorreu após reunião de Palocci com a bancada do PT no Senado. "Se me permitem os jornalistas, posso fazer uma pergunta? Serão sete os designados [para o BC]?", indagou Suplicy a Palocci. Diante dos risos, explicou que a Comissão de Assuntos Econômicos precisa preparar as sabatinas dos candidatos.
Também perguntou se Lula havia conversado com ""seu ministro da área econômica" sobre os nomes para o BC, a ponto de o assunto estar "amadurecido".
"Seu papel aqui é dar respostas e não fazer perguntas", reagiu Palocci, também rindo.
Suplicy relatara que a expectativa da bancada era que as mensagens com as indicações para o BC fossem encaminhadas até amanhã ou sexta-feira. Assim, a CAE poderia sabatinar e aprovar os candidatos na próxima terça.
Após o relato, Suplicy disse a Palocci que os jornalistas queriam mais informações. "Mais do que o sr. já falou?", perguntou Palocci. Aos jornalistas, Palocci disse que Lula conhece o calendário do Senado e fará as indicações em tempo hábil.
Ao final, Suplicy submeteu Palocci a outro constrangimento. Chamando-o de "ministro", entregou-se cópia do projeto de sua autoria que institui, a partir de 2005, benefício monetário chamado de "renda de cidadania" a todos os brasileiros.
(RAQUEL ULHÔA)


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