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CONGRESSO
Presidente da Câmara é contrário a reajuste de salário de deputados
Aécio renuncia para não dar aumento
LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os membros da Mesa Diretora
da Câmara aguardam apenas a renúncia do presidente da Casa e
governador eleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), no dia
12 deste mês, para apresentar um
projeto de decreto legislativo aumentando o salário de deputados
e senadores de R$ 8.280 para R$
12 mil a partir de fevereiro do próximo ano.
Contrário ao reajuste, Aécio vai
renunciar com o argumento de
que precisa preparar a sua posse
no governo de Minas Gerais, em
1º de janeiro. O novo presidente
da Casa será eleito pelos sete
membros da Mesa Diretora. São
candidatos o primeiro vice-presidente, Efraim Moraes (PFL-PB), e
o segundo vice-presidente, Barbosa Neto (PMDB-GO).
Barbosa afirmou à Folha ontem
que vai tratar do reajuste dos salários dos congressistas se for eleito
presidente. O reajuste seria em
torno de 50%, o suficiente para
cobrir as perdas salariais dos últimos oito anos. "Esse é o sentimento da Casa. E a Mesa Diretora
deve respeitar esse sentimento."
Legitimidade
Para dar legitimidade ao reajuste, Barbosa encomendou um estudo sobre o reajuste médio concedido aos servidores da União
desde 1º de fevereiro de 1995, data
do último reajuste dos congressistas. O percentual seria em torno
de 50%. "Acho que esse é um valor razoável", disse.
Efraim está em viagem para o
exterior, mas a sua candidatura à
Presidência da Câmara está sendo
articulada pelo primeiro secretário, Severino Cavalcanti (PPB-PE), que chegou a defender o aumento dos salários dos congressistas para R$ 17 mil -o mesmo
valor do salário dos ministros do
STF (Supremo Tribunal Federal).
Ontem, Cavalcanti afirmou que o
salário dos congressistas deve ficar mesmo em R$ 12 mil.
A Folha apurou que a proposta
tem o apoio da Mesa Diretora do
Senado. Esse valor representaria
uma equiparação com o salário
básico dos ministros do Supremo.
Os vencimentos dos ministros
chega a R$ 17 mil com as vantagens pessoais, como por exemplo
o tempo de serviço.
Extras
Além do salário de R$ 8.280, deputados e senadores têm direito a
apartamento funcional e verbas
extras para cobrir despesas relativas ao exercício do mandato, como passagens aéreas -quatro
passagens de ida e volta ao Estado
de origem-, correspondência e
conta telefônica.
No Senado, a verba de correspondência varia de acordo com a
população de cada Estado, indo
de R$ 4.000 no Amapá a R$ 60 mil
em São Paulo. O gasto com telefone nos gabinetes dos senadores é
ilimitado. Eles também contam
com um limite de R$ 500 para o
telefone de sua residência.
Cada senador tem direito a um
carro (do modelo Tempra ou
Vectra), podendo usar 25 litros de
gasolina por dia, e uma cota anual
de R$ 8.800 na gráfica do Senado.
Os deputados têm uma verba de
R$ 3.800 para correspondência e
telefone e não têm direito a carro,
com exceção dos membros da
Mesa Diretora. Mas têm uma verba de R$ 7.000 mensais para cobrir despesas próprias do exercício do mandato, como aluguel de
escritório nos Estados, aluguel de
carro ou avião, combustível, hotel, refeições e divulgação.
Os deputados têm verba de R$
25 mil para contratar até 18 funcionários. Eles podem ser lotados
em Brasília ou no Estado de origem dos congressistas.
Levantamento feito pela Folha
em 1999 apurou que 187 deputados tinham 315 parentes contratados pelos seus gabinetes.
Os senadores têm 20 funcionários a um custo médio de R$ 100
mil por mês. São 11 funcionários
efetivos, com salários entre R$
3.500 e R$ 8.000, e mais nove em
cargos comissionados, sendo três
com salário de R$ 5.800 e seis com
salário de R$ 5.000.
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