São Paulo, domingo, 04 de dezembro de 2005

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PAINEL

Já vi esse filme
Às portas do ano eleitoral e longe dos holofotes das CPIs, petistas e aliados envolvidos no "mensalão" travam disputa por cargos em tudo semelhante à que desencadeou o escândalo dos Correios e a crise política.

Noivo cobiçado
No Dnit, poderoso braço dos Transportes que controla as rodovias, Luiz Bittencourt, apoiado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi aprovado pela Comissão de Infra-Estrutura do Senado para assumir a diretoria financeira.

Rei da praia
O PT pressiona a comissão a adiar para 2006 a votação da indicação de Mauro Barbosa da Silva para a diretoria-geral do Dnit, marcada para terça. Apesar de contar com apoio também no PMDB, ele é outro indicado de Valdemar Costa Neto.

Só tem para um
"Do jeito que a coisa vai, só o PL vai ter dinheiro para fazer campanha no ano que vem", protesta um petista.

Terraplenagem
À frente do Ministério da Cidades, o PP de Severino Cavalcanti planeja iniciar esta semana uma limpa no segundo escalão da pasta, quase todo controlado pelos petistas. O alvo prioritário é a secretaria de Habitação.

Prato frio 1
Irritados com o boicote da oposição ao Orçamento, líderes aliados no Senado discutiram na semana passada a distribuição das emendas deste ano que, segundo promessa, começarão a ser liberadas. Fizeram uma lista de quem será contemplado e de quem ficará a pão e água.

Prato frio 2
Quem puxará o cordão dos sem-emendas, segundo opinião geral dos governistas, será o presidente da CPI dos Bingos, Efraim Morais (PFL-PB), a quem o governo atribui boa parte de seus percalços recentes.

Endereço fixo
A bancada ruralista comemora o que entende ser sua maior vitória na aprovação do relatório defendido pelo grupo na CPI da Terra. Segundo seus parlamentares, de agora em diante as cooperativas ligadas ao MST serão responsabilizadas judicialmente por ações do movimento.

Tente outra vez
A CPI dos Correios volta à carga esta semana no Ministério Público para pedir a prisão do empresário Marcos Valério. Dessa vez, a comissão se baseará no laudo da PF segundo o qual empresas dele emitiram 80 mil notas fiscais falsas.

Canção do carrasco
De Marcos Valério, cujo depoimento à CPI foi um dos pilares da cassação de José Dirceu: "Não sou a pessoa mais indicada para comentar, mas ele deu uma demonstração muito grande de luta. Acho que caiu de pé".

Jornada dupla
Os novos limites dos bancos para saques motivaram piada sobre Paulo Okamotto: o amigo de Lula que diz ter saldado, em dinheiro, dívida R$ 29 mil do presidente com o PT, passou mais tempo nas filas dos caixas que na presidência do Sebrae.

Modelo
O "caso Okamotto" levou Ônyx Lorenzoni (PFL-RS) a sugerir a obrigatoriedade de identificar depositantes de quantias abaixo de R$ 10 mil. Na operação que quitou a dívida, não foram identificados os autores de três depósitos nesse faixa.

Trenó cheio 1
O Natal será gordo no Senado. Além do lote de novos laptops, conectados por rede sem fio, os senadores terão renovada sua "frota" de celulares.

Trenó cheio 2
Quem conhece a rotina da Casa estranha a necessidade dos novos laptops, já que a maior parte dos senadores quase não chega perto de seus computadores do plenário.

TIROTEIO

Do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), sugerindo que seja feito novo documentário sobre Lula e os dirigentes petistas da campanha de 2002:
-Com o que se sabe hoje, o título deveria ser "Entre-Ratos".

CONTRAPONTO

Segredo de confissão

Em 1981, muito se especulava em Pernambuco sobre o futuro político de Marco Maciel, hoje senador pelo PFL, à época no extinto PDS. Ao final de seu mandato, o então governador ainda não havia decidido se seria candidato à Câmara dos Deputados ou ao Senado.
Nesse período, Maciel, católico praticante, assistia a uma missa dominical no Recife quando uma senhora passou a recolher contribuições.
A mulher percorria os bancos lotados da igreja fazendo correr a cestinha entre os fiéis, que depositavam o dinheiro enquanto ela apenas olhava de longe.
No entanto, quando chegou a vez do governador, ela se aproximou e fez sinal de que queria falar-lhe ao pé-do-ouvido. Maciel se inclinou, e ela perguntou:
-O senhor vai sair para o Senado ou para deputado?
Desconcertado, ele, que acabaria eleito senador, silenciou.


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