Mistério

Debruçados sobre as contas da campanha de Lula, que serão julgadas amanhã, técnicos do TSE ouviram um sonoro "não" da Receita Federal ao pedirem informações sobre a Caemi, holding da qual faz parte a mineradora MBR, que doou R$ 2,2 milhões ao comitê petista. O item chamou a atenção porque a Caemi também detém participação na concessão de uma ferrovia. Pela lei eleitoral, concessionárias de serviços públicos estão entre as "fontes vedadas de doação".
O ofício à Receita foi enviado em 24 de novembro. Uma semana depois, na véspera do prazo de conclusão da análise da prestação das contas de Lula, veio a resposta. Nela, o órgão declara não ter competência para esclarecer a natureza das atividades da empresa.

Nos trilhos. O site da Caemi na internet afirma que a MBR participa do capital e do controle da MRS Logística S.A., "concessionária de serviço público de transporte ferroviário de carga resultante do processo de privatização". A ferrovia em questão passa por São Paulo, Rio e Minas.

Para ontem. As contas da campanha de Lula serão julgadas amanhã, sem falta, de modo a haver tempo hábil para a diplomação do presidente reeleito, marcada para dia 14.

Lição de casa. Os ministérios começaram a concluir o balanço dos quatro primeiros anos do governo Lula. O material está sendo entregue a Dilma Rousseff (Casa Civil). O presidente quer divulgá-lo com pompa até o fim do ano.

Truco. Tão logo Arlindo Chinaglia (PT-SP) se lance à presidência da Câmara, PSDB e PFL devem apoiar Aldo Rebelo (PC do B-SP). Os opositores avaliam que, assim, Lula terá de arbitrar a disputa -ou deixar que se repita o cenário de 2005, quando Severino Cavalcanti (PP-PE) levou o cargo.

Cacique. Enquanto José Agripino (PFL-RN) corteja os dissidentes do PMDB, Renan Calheiros (PMDB-AL) afaga ACM. O presidente do Senado já prometeu manter o pefelista baiano no comando da CCJ caso consiga ser reeleito.

Vespeiro. Renan Calheiros tenta abafar rebelião do PMDB contra Hélio Costa a fim de evitar que o ministro das Comunicações seja defenestrado e volte à Casa para votar na eleição da Mesa.

Sonho meu. Fernando Diniz (MG) tem dito a correligionários do PMDB que está na lista dos cotados para ministro da Justiça. Cita o vice José Alencar como padrinho.

Delivery. O presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), se reúne esta semana com o procurador-geral da República, Antonio Fernando, para repassar os processos contra os sanguessugas não-reeleitos, que a Casa não deve julgar.

Desabafo. Absolvida pelo Conselho de Ética, Serys Slhessarenko se queixou da postura do PT durante o processo. Também sobraram farpas para Lula, que se recusou a gravar depoimento de apoio à campanha da senadora ao governo de Mato Grosso.

Mimo. Henrique Pizolatto, ex-diretor do Banco do Brasil enredado no escândalo do mensalão, ameaçou entrar em crise de depressão novamente no auge da campanha eleitoral. Teve de ser visitado por emissários petistas, que trataram de acalmá-lo.

Temático. Varrido do mapa dos governos estaduais e desidratado na Câmara, o PFL escolheu uma bandeira para 2007: o fim da CPMF. O partido vai lançar campanha para tentar derrubar a contribuição usando seus programas de TV e seu site na internet.

Papai Noel. Após evento na sexta-feira em Aracaju, Geraldo Alckmin foi a um shopping center. O tucano comemorou com colegas o fato de ter posado para "mais de cem fotos" ao lado de eleitores.

Tiroteio

Como não tem um projeto de crescimento, Lula tenta retomar o modelo desastroso do regime militar, em que o meio ambiente era detalhe.

Tão logo a Justiça Eleitoral divulgou as prestações de contas dos candidatos na internet, o deputado Dr. Rosinha se deparou com a mensagem de um eleitor em sua caixa de e-mails.
-Deputado, verifiquei os nomes das pessoas que deram dinheiro para sua campanha neste ano. Notabiliza-se o senhor Florisvaldo Fier. Como seu eleitor, gostaria que me informasse quem é ele.
Dr. Rosinha respondeu:
-Caro eleitor. Ninguém tem obrigação de saber, mas Florisvaldo Fier sou eu mesmo!


Próximo Texto: Horário eleitoral gratuito custou R$ 191 mi à União
Índice