São Paulo, segunda-feira, 04 de dezembro de 2006

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Chávez vs. Lula

De um lado, na home de "O Estado de S. Paulo", "Após ataque, Pinochet recebe unção dos enfermos". De outro, no Terra, "direto do Palácio Miraflores", "Chávez acompanha as pesquisas" -e nove delas "espalham um clima de vitória" pelos corredores.
 
Já esperando "vitória sonora, se as pesquisas forem confiáveis", o editor de América Latina do "Financial Times" postou o texto "Moderados devem fazer mais para conter chavismo". Por moderados, entendam-se Lula etc., aos quais o "FT" sugere "duas prioridades". Uma, programas para reduzir a desigualdade, como o Bolsa Família, "mas muito mais é necessário". Outra, "diminuir burocracia fiscal para pequenas empresas" e fomentar uma classe média que apóie moderados.
E nada de energia, a prioridade de Lula por aqui. Também a de Chávez, segundo a longa reportagem "Plano de gasoduto sul-americano tem ambições para além do gás", do "New York Times". Ele poderia tornar a região dependente, e o Brasil já "pode estar desconfiado". Para diretor da Petrobras, o projeto é "desafiador", mas depende de "estudo de viabilidade".
No Terra Magazine, o presidente da estatal PDVSA e ministro venezuelano da Energia diz que o projeto é "factível" e já anuncia que ele será realizado por uma "multiestatal" unindo Brasil, Argentina e Venezuela.

HIDRELÉTRICAS, NÃO
Sob o título "Energia da água põe clima em perigo", o "Observer" noticiou ontem que cientistas, um deles de Manaus, divulgam ainda esta semana, em encontro da Unesco, um estudo segundo o qual as hidrelétricas "podem contribuir perigosamente" para o aquecimento global.
Produziriam metano, com a deterioração do material orgânico submerso. "Porém outros cientistas questionam os dados", registra o jornal.

OUTROS PODERES
A comentarista Míriam Leitão respondeu à pergunta "quem está ganhando poder" no Brasil, feita pelo blog Post Global, do "Washington Post". Disse que, no "longo prazo", ONGs devem frear o anunciado desenvolvimento com custo ambiental de Lula.
Por outro lado, também cresce aqui o debate étnico, derrubando a visão "secular" de democracia racial -e implantando programas que "dão poder a afrobrasileiros".

OS ANIVERSARIANTES

O "El País" celebrou ontem "O aniversário dos BRICs", seu título, seguido da explicação "O conceito que agrupa Brasil, Rússia, Índia e China como mercados emergentes ganha força". Avalia que "a realidade superou todas as expectativas" da Goldman Sachs, que cunhou o acrônimo.
De sua parte, o "Wall Street Journal" de sábado trouxe um "Guia de sobrevivência para mercados exóticos", a saber, os BRICs e alguns outros, como a África do Sul:
- Uma forma de jogar mercados emergentes é investir em ações que dependam de consumidores locais e não nas que podem ser afetadas por uma desaceleração dos EUA.

MISSÕES E TURISTAS

Kevin Moloney - nytimes.com/ Reprodução
No "NYT" de ontem, "um show de luz e som" nas Missões


Após andar pela Amazônia, o correspondente do "NYT", Larry Rohter, foi parar no que chamou de "Missões de uma utopia perdida", na Tríplice Fronteira, sul do país. A tal utopia, "comunismo teocrático", como ele reproduz, foi a dos jesuítas e guaranis. Saiu no caderno de turismo. O mesmo "NYT", registre-se, criticou violentamente o filme "Turistas", que estreou sexta-feira nos EUA, sobre jovens adolescentes que viajam para o Brasil. Um filme "letalmente retardado", na tradução do portal G1, que comemorava ontem o "fracasso de bilheteria" da estréia.

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@ - Nelson de Sá


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