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43 senadores declaram votar pela cassação
Para cassar Renan, são necessários 41 votos; como votação é secreta, mudanças de posição dos parlamentares são esperadas
Reportagem ouviu 77 dos 81 senadores; 13 disseram que vão votar pela absolvição, 16 não quiseram revelar o voto e cinco se disseram indecisos
MARIA LUIZA RABELLO
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na véspera da sessão que vai
definir o futuro político do presidente licenciado do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL),
43 senadores declararam à Folha que votarão pela cassação
do colega hoje, dois a mais do
que o mínimo necessário para
que ele perca o mandato. O resultado contradiz o clima de
absolvição que paira sobre a
Casa desde a licença de Renan.
Para cassá-lo, são necessários 41 votos. Porém, como a
votação é secreta, são esperadas traições entre os que se declaram pró e contra Renan.
No caso Mônica Veloso, em
que Renan foi acusado de ter
contas pessoais pagas pela empreiteira Mendes Júnior, 45 senadores afirmaram à Folha ter
votado pela cassação de Renan,
em setembro. O placar final,
entretanto, registrou apenas
35 votos nesse sentido.
Foram ouvidos 77 dos 81 senadores. Além dos 43 congressistas que disseram ter convicção quanto à quebra do decoro,
13 disseram que vão votar pela
absolvição. Outros 16 senadores não quiseram revelar o voto, e cinco se disseram indecisos quanto à culpa de Renan.
Os senadores Edison Lobão
(PMDB-MA), Marcelo Crivella
(PRB-RJ) e Tasso Jereissati
(PSDB-CE) não foram localizados durante os quatro dias de
levantamento.
Dos 13 entrevistados que declararam apoio ao presidente
licenciado, dez são do PMDB,
partido de Renan. A chamada
"tropa de choque" do senador,
representada principalmente
por Almeida Lima (PMDB-SE),
Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo, e Wellington
Salgado (PMDB-MG), se mantêm firme na defesa.
O PT, que no primeiro processo de Renan foi responsabilizado pelas seis abstenções,
conta com sete senadores declaradamente favoráveis à cassação. Os outros cinco da bancada não quiseram abrir o voto.
Aloizio Mercadante (PT-SP) se
disse convicto da quebra do decoro de Renan.
Os senadores do DEM e do
PSDB disseram que votarão em
peso pela cassação.
Parte do clima "ameno" no
Senado se deu em função de
suposto acordo em que o presidente licenciado pediria renúncia do cargo e, em troca, seria absolvido. Levantamento
feito pela Folha, entretanto,
indica que uma renúncia à presidência pouco influenciaria o
voto dos senadores.
Dos 48 senadores questionados -43 que se disseram a favor da cassação e cinco indecisos- apenas três afirmaram
reconsiderar seus votos caso
Renan deixe a presidência: César Borges (PR-BA), Fátima
Cleide (PT-RO) e Mão Santa
(PMDB-PI).
Colaborou ADRIANO CEOLIN, da Sucursal de Brasília
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