São Paulo, terça-feira, 04 de dezembro de 2007 |
Texto Anterior | Índice
Toda Mídia Nelson de Sá Governos e a indecisão
Em palestra, o editor do "New York Times" afirmou que a questão para o jornal na web é como viabilizar a "indecisão angustiante", própria do bom jornalismo. Como se ecoasse a imagem, o site entrou madrugada, ontem, sem as pesquisas que davam vitória a Chávez -ao contrário do resto do mundo. E não demorou a noticiar, nas manchetes de site e papel, a derrota "apertada" que "freia" a transformação da Venezuela.
A palestra do editor do "NYT", dias atrás em Londres, questionou diretamente Google News e Wikipedia, em contraste com o jornalismo tradicional. Mas é o próprio "NYT" que mais avança na transição para o novo meio. Integrou as duas redações, abriu acesso geral, contratou um editor de busca, passou a linkar -e mais importante, dizem sites como Mashable, testa ferramenta de seleção de notícias on-line, externas, similar ao TechMeme. Sua diferença é adicionar "editores humanos aos algoritmos". ANTES DA DERROTA Um dos primeiros indícios da vitória do "não", segundo o Terra Magazine, de Caracas, foi a suspensão do informe publicitário contratado pelo governo junto à imprensa da Venezuela, domingo à noite. Para Bob Fernandes, que faz uma biografia de Chávez, ele perdeu por se afastar de seu ex-ministro Raúl Baduel -que, vitorioso, se candidata agora a governador de Aragua. UMA CORREÇÃO Dos poucos a fazê-lo na web, o site de Míriam Leitão no Globo Online reconheceu que "o blog se precipitou". "SPIN DOCTORS" No dia anterior, os sites de "spin doctors", como apelidou o blog de Pedro Dória, não apenas postavam a vitória, ouvindo enviado petista como fez Paulo Henrique Amorim no iG, mas comentavam que "a Venezuela passa a ser um país sem lei", "ditadura, agora oficial", como fez Reinaldo Azevedo na Veja On-line. Ontem, já davam a vitória do "não" como derrota de "pesquisas" em geral, até do Datafolha de domingo sobre o terceiro turno, no caso de Amorim, ou como afirmação do Datafolha, um "não" para Lula, no caso de Azevedo. PROTECIONISMO LÁ No debate CNN/YouTube entre os republicanos, dias atrás, o presidenciável Mitt Romney defendeu manter os subsídios aos fazendeiros americanos dizendo que eles precisam enfrentar os brasileiros, também subsidiados. E no "Financial Times" a democrata Hillary Clinton já expressa "dúvidas" na Rodada Doha, "ceticismo" com o livre comércio -a exemplo do adversário Barack Obama. MAIS E MAIS BRICS Em destaque nos sites de busca, a Bloomberg noticiou ontem que, "no meio da maior queda nas ações globais em cinco anos, os investidores aplicam nos lançamentos de ações do Brasil à Índia". Passam também por China "e outros emergentes", sempre os Brics -como locomotivas. UTOPIA DE MERCADO Sobre o caso brasileiro, o "Financial Times" ressaltou, em análise desde Londres, a "notável automelhoria" na bolsa, com a "governança" empresarial crescendo aos poucos desde a criação do Novo Mercado. "Idéia que, então, parecia utópica", mas amontoa investidores à porta. Leia as colunas anteriores @ - Nelson de Sá Texto Anterior: Mato Grosso: Suspeito de fraudar Sudam é achado morto Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |