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Demora dificulta processo
da enviada especial
Embora a expropriação de terras usadas para o cultivo de plantas psicotrópicas seja permitida
desde a promulgação da Constituição, em 88, o Incra só recebeu
até agora duas imissões de posse
de glebas nessa situação.
A demora da Justiça á apontada
como o principal entrave à agilização do uso dessas terras para
fins de reforma agrária.
"A Constituição não deixa claro
se toda a fazenda onde foi encontrada a plantação deve ser confiscada ou se apenas a área em que
havia os pés de maconha é passível de expropriação. Isso criou
muita confusão no início", justifica o presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, José
Maria Lucena.
Para o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, a
Constituição é clara. "Toda a área
deve ser expropriada, a menos
que o proprietário prove que não
tinha conhecimento que suas terras estavam sendo usadas para o
plantio de maconha. Mas o ônus
da prova cabe a ele", disse Brindeiro, que também esteve em Salgueiro para visitar as áreas que serão expropriadas.
O medo das famílias de colonos
de se mudar para terras pertencentes a plantadores de maconha
também dificulta o uso das terras
para assentamentos. "Recebi o relato de famílias que sofreram
ameaças. Os traficantes dizem
que, se os colonos ocuparem as
terras, "só irão comer os frutos
que plantarem pela raiz" (ou seja,
morrerão). Mas o governo de Pernambuco está reforçando a presença policial na região e isso vai
mudar a cultura do medo", disse
o ministro Raul Jungmann.
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