São Paulo, sexta-feira, 05 de janeiro de 2001

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Secretário critica transferência



DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Marco Vinicio Petrelluzzi, disse ontem que o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, ao ser transferido de volta à custódia da Polícia Federal, tem tratamento de "preso especialíssimo".
A crítica foi feita pouco depois de o secretário tomar conhecimento da decisão do STJ de acolher pedido de habeas corpus da defesa do ex-juiz.
"Parece que querem criar a prisão especialíssima. Não pode ter o preso comum, o de cela especial, o de cela superespecial, o de cela hiperespecial e o de cela especialíssima", afirmou ele.
Para o secretário, a cela em que Nicolau passou a noite, no 77º DP, satisfazia o que determina a lei da prisão especial.
"Ele tinha TV, banheiro com água quente, coisa que a grande maioria dos presos não tem. Não tem estrado por uma questão de segurança. É uma cela especial, porque é diferente do que é geral. Essa é a definição de especial que você vai encontrar no Aurélio."
Petrelluzzi também fez críticas à Polícia Federal.
"A PF diz que não tem condições de ficar com o preso, que estava atrapalhando o serviço, estava criando transtorno. Parece que, se tirar a Polícia Federal das suas funções burocráticas, de emitir passaporte, ela se sente transtornada", afirmou.
O secretário diz cuidar de 93 mil presos e que um a mais "não faz diferença". "Nós somos polícia. A gente aqui é polícia mesmo, não é burocracia", afirmou. A PF não quis comentar as declarações.


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