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NAUFRÁGIO
Tonelero S-21 ficou dez dias no fundo do mar
Operação de resgate traz de volta à superfície submarino da Marinha
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Após dez dias no fundo da baía
de Guanabara, o submarino Tonelero S-21 emergiu anteontem à
noite no cais do Arsenal de Marinha do Rio. Após a colocação de
duas bombas de sucção, os mergulhadores da Marinha conseguiram agilizar a operação, que, segundo os comandantes, não tinha
prazo para terminar.
No início da noite de anteontem
boa parte do submarino já era visível. No entanto o Tonelero voltou à superfície somente por volta
das 22h, quando foi rebocado para o dique Almirante Jardim.
A operação de limpeza externa
do submarino estava prevista para terminar ontem. Após dez dias
no fundo do mar, o Tonelero
apresentava limo e lama no casco.
Com o êxito da operação de resgate, os oficiais estavam otimistas
quanto ao futuro do Tonelero.
"As condições a bordo ficaram
mais fáceis. Os mergulhadores superaram a péssima visibilidade e a
inclinação do Tonelero e conseguiram colocar mais duas bombas de sucção de água, além das
quatro existentes. Isso facilitou o
trabalho", disse o chefe do Estado-Maior da Frota de Submarinos da Marinha, capitão-de-mar-e-guerra João Carlos Resende.
O Tonelero, que tinha vida útil
de mais dois anos, afundou ancorado ao cais do Arsenal da Marinha na noite de 24 de dezembro e
ficou a nove metros de profundidade, carregado com quatro torpedos "Tigerfish" desativados.
O diretor de Relações Públicas
da Marinha, capitão-de-mar-e-guerra Luiz Roberto Palmer, afirmou que a perícia no Tonelero
não tem prazo para terminar e
que o resultado do inquérito poderá ser confidencial. O prazo para a conclusão do inquérito, que
terminaria em 30 dias, poderá ser
prorrogado por mais 20 dias.
Ontem, dez peritos da Marinha
trabalharam dentro do Tonelero
para saber o estado do submarino. Uma comissão de inspeção
está encarregada de levantar os
danos sofridos pelo submarino.
Outra comissão tenta descobrir as
causas do naufrágio.
A principal preocupação dos
peritos é saber como estão as condições dos equipamentos eletrônicos do Tonelero. Os aparelhos
mais frágeis são os computadores
de navegação, o equipamento de
GPS (Gerenciamento por Satélite), os radares e o sonar, que
orienta o deslocamento do submarino, fazendo a varredura das
ondas sonoras. Segundo Palmer,
os torpedos seriam retirados no
dique onde o submarino permanecerá até o final da perícia.
Até o início da noite de ontem, a
Marinha não havia sido notificada oficialmente da multa que a
Feema (Fundação Estadual de
Engenharia do Meio Ambiente)
pretende aplicar pelo vazamento
de óleo na madrugada de anteontem durante a retirada de água do
interior do Tonelero.
"Para a Marinha, não houve vazamento. O óleo combustível não
vazou dos tanques. O vazamento
do óleo residual lubrificante e das
máquinas do submarino foi em
quantidade mínima e está contido", disse Palmer.
(PEDRO DANTAS)
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