São Paulo, sexta-feira, 05 de janeiro de 2007

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Painel

Vera Magalhães (interina) - painel@uol.com.br

O fator BC

Na tentativa de aplacar a pressão interna por mudanças na política monetária, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, se reuniu por duas horas ontem com Tarso Genro (Relações Institucionais), a quem fez detalhada exposição sobre como o país pode crescer mais mantendo a estabilidade. Ele sustentou que a política do BC ajudou a retomar o crescimento.
A despeito do esforço, o chamado núcleo desenvolvimentista critica a intenção do BC de reduzir os juros com mais "parcimônia". "O ideal é manter o mesmo ritmo, se quisermos acelerar, crescer e incluir. Meirelles tem que ser cumprimentado pelo que fez, mas precisa fazer a sintonia fina", diz Walfrido Mares Guia (Turismo), cotado para o Desenvolvimento.

Mercosol. Lula pode ter suas férias interrompidas por uma visita diplomática. O presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, viajou ontem com a família para uma temporada de cinco dias de férias. Destino: o mesmo Guarujá escolhido pelo brasileiro.

Pré-Carnaval. Enquanto a maioria dos ministros vai tirar quatro ou cinco dias para descansar, Hélio Costa (Comunicações) ficará 19 dias de folga. Volta em 27 de janeiro.

Esnobou. Ausente à solenidade de posse, Ciro Gomes (PSB) foi convidado por Lula para estar presente ontem no Planalto à reunião em que a Ford anunciou novos investimentos. Mas só seu irmão, o governador do Ceará, Cid Gomes, apareceu.

Disque-denúncia. O governo pretende criar uma versão da Lei de Proteção a Testemunhas para o serviço público, assegurando sigilo e dando garantias ao servidor que delatar irregularidades na administração.

Fair play. Enquanto afaga o governador Sergio Cabral (PMDB), Lula cuida de manter pontes com o prefeito Cesar Maia (PFL). O governo acaba de repassar R$ 2 milhões para as placas de sinalização do Pan.

Dois gumes. O PT chegou a incluir em um texto de campanha a proposta de tipificar o crime de terrorismo. Mas desistiu com medo de que isso fosse usado futuramente contra aliados como o MST.

Exclusão digital. Com dívida de R$ 40 milhões, o PT decidiu apertar a cobrança aos maus pagadores. Os filiados que não estiverem em dia não poderão nem escrever mensagens para alguns fóruns do site do partido.

Força-tarefa. Os governadores, secretários de Segurança e comandantes das Polícias Militares dos quatro Estados do Sudeste se reúnem na próxima terça, no Rio, para começar a formatar a idéia da interligação da área de segurança na região.

Inspiração. Ao justificar a "faxina" anunciada por José Serra, Mauro Ricardo (Fazenda) disse que a idéia era gastar "menos com o Estado e mais com gente". A frase foi usada por Aécio Neves em sua posse de 2003 e é sempre repetida pelo governador mineiro.

A pé. Entre as medidas de contenção de gastos, José Roberto Arruda determinou a suspensão dos contratos de aluguel de carros do governo do DF. Só o Palácio do Buriti gastava R$ 1,5 milhão ao mês com 52 veículos alugados.

Caladão. Arruda também cortou os celulares de todos os ocupantes de cargos comissionados. Só secretários e subsecretários terão aparelhos bancados pelo governo. Até agora, as dívidas vencidas encontradas pelo pefelista batem em R$ 115 milhões.

Camarada. Depois de se tornar íntimo de Hugo Chávez e de anunciar, na posse, que faria um governo de esquerda, Roberto Requião virou o cabo-eleitoral número 1 da campanha do comunista Aldo Rebelo à reeleição para a presidência da Câmara.

Tiroteio

"Não bastassem anões, mensaleiros e sanguessugas, agora a Câmara nos apresenta uma nova espécie: um bando de chupins".
Do diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, CLAUDIO WEBER ABRAMO, sobre os 13 suplentes de deputados federais que assumiram esta semana e vão receber cerca de R$ 46 mil cada um por menos de um mês de exercício de mandato.

Contraponto

Guerra de torcidas

Na última terça, Gilberto Kassab (PFL) retirou outdoors na sede do Palmeiras. O clube ainda foi multado em R$ 40 mil por descumprir a legislação. O secretário de Serviços, Andrea Matarazzo, que é palmeirense, brincava que a ação era uma provocação do prefeito, são-paulino.
No dia seguinte, Matarazzo concedia uma entrevista sobre a operação de retirada dos outdoors e brincou:
-Vocês viram como ficou o Palmeiras: além de ser o melhor, agora está mais bonito.
Kassab, que estava do lado, arrematou para um grupo de jornalistas:
-Esse acabou de perder o emprego!


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