|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Terceira via embola disputa pela presidência da Câmara
Grupo de parlamentares pretende lançar nome para concorrer com Aldo e Chinaglia
Jungmann diz que petista representa "volta das quadrilhas" e que o atual presidente se desgastou no caso do aumento de salários
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Devido à disputa entre Aldo
Rebelo (PC do B-SP) e Arlindo
Chinaglia (PT-SP) sobre quem
será o candidato governista à
presidência da Câmara, surgiu
ontem a primeira movimentação concreta pela indicação de
um terceiro nome para concorrer ao posto no dia 1º.
Um grupo de parlamentares,
capitaneados por Raul Jungmann (PPS-PE) e Fernando
Gabeira (PV-RJ), anunciou que
se reunirá na segunda-feira em
São Paulo, para lançar a candidatura alternativa. Segundo a
direção do PPS, a articulação
agrega deputados de diversos
partidos da base e de oposição.
Porta-voz do grupo, Jungmann afirmou que Chinaglia
representa "a volta das quadrilhas do mensalão e dos sanguessugas" e que Aldo defendeu o "aumento escandaloso"
dos salários dos parlamentares.
Ontem, alguns nomes circulavam nos bastidores: Osmar
Serraglio (PMDB-PR), Gustavo
Fruet (PSDB-PR) e até José
Eduardo Cardozo (PT-SP)
-que já recusou a indicação.
Na lista divulgada pelo PPS,
aparecem ainda os tucanos
Paulo Renato (SP), ex-ministro
do governo FHC, Carlos Sampaio (SP) e José Aníbal (SP),
além de Fernando Coruja
(PPS-SC), Arnaldo Jardim
(PPS-SP), Luiza Erundina
(PSB-SP), Júlio Delgado (PSB-MG), Chico Alencar (PSOL-RJ)
e Ivan Valente (PSOL-SP).
A avaliação é que essa chapa
ganharia peso se Chinaglia vencesse a disputa com Aldo, pois o
grupo acredita que ganharia a
adesão de apoiadores de Aldo,
como PFL e PSDB. Chinaglia
minimizou a articulação: "Não
me preocupa essa idéia de que
surja uma candidatura milagrosa para galvanizar a Câmara. Não há outro Severino".
Sem prévia
Ontem, Aldo deixou claro
que não aceita uma prévia com
Chinaglia, indicando não ver
sentido em deixar a oposição de
fora da negociação. "A composição da agenda na Câmara exige um diálogo permanente e
uma confiança, sem excluir a
divergência, entre os partidos
do governo e da oposição."
O presidente Lula disse ontem a políticos do PMDB que a
eleição para a Câmara será o
"grande teste" da sua coalizão e
por isso o governo vai intervir e
atuar como "mediador político" na disputa Aldo-Chinaglia.
"Estamos fazendo um acompanhamento, queremos funcionar não como árbitros, mas
sim como mediadores políticos
de uma questão política que
tem na base do governo", disse
o ministro Tarso Genro.
Ele afirmou que vai "conversar exaustivamente" com os
aliados até a segunda e que pode haver uma reunião com os
presidentes das legendas no dia
seguinte para apurar quem tem
maior apoio na base governista.
Na conversa com 11 deputados do PMDB e com o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), Lula
disse que a eleição será "a resposta concreta do Parlamento
de apoio à coalizão", o "grande
teste da coalizão". Lula não
quer a repetição do "desastre"
de 2005, quando a base rachou
e Severino Cavalcanti foi eleito.
"O concubinato é permitido
legalmente? Ou nós vamos fazer um casamento de fato e de
direito, com véu e grinalda?",
disse Puccinelli.
(SILVIO NAVARRO, LETÍCIA SANDER E PEDRO DIAS LEITE)
Texto Anterior: Janio de Freitas: Polícia pela política Próximo Texto: Câmara: PSL, sem deputado federal eleito, questiona posse de suplentes Índice
|