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Governador paulista rebate críticas
do enviado especial
O governador de São Paulo,
Mário Covas (PSDB), afirmouque
vai aplicar os dispositivos da lei
que dispõe sobre incentivos fiscais para sobretaxar os produtos
que recebem isenção fiscal em outros Estados.
Covas evitou, a princípio, rebater ataques do governador César
Borges (PFL-BA), que o acusou
de "terrorismo fiscal".
Depois, disse que assiste à guerra fiscal há cinco anos, mas que
agora resolveu reagir.
O governador disse ainda que
"quem foi ao Congresso, nesses 16
anos" em que ele foi "senador ou
deputado", teria visto que ele
nunca votou, na vida, contra um
projeto que favorecesse as regiões
menos desenvolvidas do país.
Segundo ele, "São Paulo quer
que os outros se desenvolvam.
São Paulo é um Estado produtor.
Quando você leva uma empresa
de um Estado para outro, a produção brasileira não cresce.
A seguir, trechos da sua entrevista.
Pergunta - O Paraná não estaria cumprindo a legislação sobre incentivos fiscais?
Mário Covas - No Paraná há
muitos casos em que a legislação
não está sendo cumprida.
Pergunta - São Paulo vai tomar qual atitude?
Covas - Aquela que está prevista
na lei. Vamos cobrar o crédito que
não foi pago aqui. É o que a lei
manda fazer.
Pergunta - O governador da
Bahia disse que isso é terrorismo fiscal.
Covas - Está bom. Se cumprir a
lei é terrorismo fiscal, é provável
que eu esteja fazendo isso. Faz
cinco anos que assisto a isso e não
fiz. Só que agora vou fazer.
Covas - O senhor vai conceder
incentivos também?
Covas - Não foi isso que falei.
Vou cobrar o que diz o artigo 8º.
Vou cobrar lá o imposto que não
foi pago aqui, ou em qualquer outro lugar. A não ser que mude a
lei. Mas, se a lei mudar, então ficamos todos com liberdade para fazer isso.
Pergunta - A partir de quando
São Paulo vai taxar esses produtos?
Covas - Eu te aviso quando. Te
mando um telex.
Pergunta - O governador Esperidião Amin (SC) propõe um
limite para essa guerra fiscal. O
senhor concorda com isso.
Covas - Mas ele reconhece que o
ICMS não é um tributo para isso.
Olha, quem acompanha a minha
vida, quem foi ao Congresso, nesses 16 anos como senador ou deputado, vai ver que eu nunca votei, na vida, contra um projeto
que favorecesse as regiões menos
desenvolvidas do país.
Ao contrário, São Paulo quer
que os outros se desenvolvam.
São Paulo, que é um Estado produtor, quer que a riqueza se faça
lá. Quando você leva uma empresa de um Estado para outro, a
produção brasileira não cresce.
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