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Guerra fiscal não existe, afirma baiano
do enviado especial a Curitiba
e da Agência Folha, em Curitiba
O governador da Bahia, César
Borges (PFL), chegou a Curitiba
(PR) com "espírito armado" para
um possível debate sobre guerra
fiscal durante o encontro entre os
governadores.
Em uma recepção anteontem à
noite, Borges acusou os governadores de São Paulo, Mário Covas
(PSDB), e o do Rio Grande do Sul,
Olívio Dutra (PT), de estarem
promovendo "terrorismo" ao
ameaçar sobretaxar produtos para impedir empresas de se instalarem em outros Estados.
Após a reunião, o governador
baiano procurou minimizar o
teor das declarações. Leia trechos
de entrevista.
Pergunta - O sr. chamou de
terrorismo atos dos governadores Mário Covas e Olívio Dutra.
A reunião foi pacífica depois
dessas declarações?
César Borges - Se eles chamam
o que estou praticando de guerra
fiscal, eu digo que a atitude deles é
de terrorismo. Mas isso não significa atacar os governadores. Muito pelo contrário. A posição aqui
(na reunião) foi de consenso.
Guerra fiscal na verdade não existe. É um termo que foi potencializado pela mídia.
Pergunta- Mas incentivos existem.
Borges - Incentivos existem e
vão existir sempre. O mundo inteiro pratica incentivos fiscais. Os
EUA, a União Européia praticou
para desenvolver Portugal e Espanha. Todos os governadores já
testaram isso. Precisamos é ter
uma política clara. Foi feita aqui
uma discussão em altíssimo nível.
Pergunta - O que o sr. chama
de terrorismo fiscal?
Borges - É você criar, por exemplo, as chamadas salvaguardas
dos Estados para amedrontar o
seu empresariado para que eles
não procurem expandir suas atividades em outros Estados. Então, o terrorismo faz o quê? Ele
procura pelo medo paralisar as
instituições.
Pergunta - Há algum ponto
consensual para acabar com a
guerra fiscal?
Borges - Há um ponto que, de
certa forma, é consensual. É preciso haver medidas compensatórias para desenvolver regiões deprimidas.
Pergunta - Essa também é a
posição do governador Covas?
Borges - De certa forma, ele não
protestou contra isso. O que o governador Covas acha é que existe
uma legislação que proíbe que o
ICMS seja esse instrumento (para
o equilíbrio entre os Estados).
Mas concorda que deve existir
um instrumento.
Pergunta - O sr. concorda com
Covas?
Borges - O próprio Estado de
São Paulo contraria a lei, quando
é do seu interesse. No ano passado, São Paulo deu uma diminuição de ICMS contra uma decisão
do Confaz (Conselho Nacional de
Política Fazendária).
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