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CÂMARA
Em janeiro, foram pagos R$ 3 milhões em verba indenizatória a parlamentares, que têm direito a R$ 12 mil por mês em despesas
Deputados gastam R$ 1,3 mi em combustível
RAYMUNDO COSTA
LUIZ RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara pagou em janeiro
mais de R$ 3 milhões de verba indenizatória aos deputados, sendo
46% desse total (R$ 1,38 milhão)
em reembolso de despesas com
combustível e lubrificantes feitas
pelos congressistas em seus Estados. A informação foi divulgada
ontem pela primeira vez no sítio
da Câmara (www.camara.gov.br). A verba indenizatória
é destinada ao ressarcimento de
despesas com aluguel, manutenção de escritório e locomoção dos
deputados nos Estados.
O valor da verba é de R$ 12 mil
mensais, mas um deputado pode
ultrapassar essa cota num mês. O
importante é que preste contas de
R$ 72 mil ao final de seis meses. O
pagamento é feito contra a apresentação da nota fiscal. As despesas não são detalhadas, mas apresentadas genericamente.
Boa parte dos deputados estourou a cota dos R$ 12 mil. Três deles destacaram-se: Fernando Diniz (PMDB-MG), Osvaldo Biolchi
(PMDB-RS) e Elimar Máximo
Damasceno (Prona-SP).
Diniz (PMDB-MG) apresentou
uma conta de R$ 18.825,72, o que
equivale a mais de 9.000 litros de
gasolina. Biolchi, que foi relator
do projeto de Lei de Falências na
Câmara, cobrou R$ 16.973,85, ou
seja, o equivalente a mais de 8.000
litros de gasolina. Biolchi foi o deputado com maior gasto total, R$
24 mil, o equivalente a dois meses.
Damasceno cobrou R$ 15.117,76.
No PPS, o gasto do deputado
João Herrmann Neto (SP) com
combustível e lubrificantes também foi alto: R$ 14.390,00, o equivalente a cerca de 7.000 litros de
gasolina. Já o presidente da sigla,
Roberto Freire (PE), gastou pouco com combustível (R$ 343,44) e
mais com "consultorias, assessorias, pesquisas e trabalhos técnicos" -exatos R$ 6.097,56.
No PL o maior gasto com combustível foi o do deputado Coronel Alves (AP), com R$ 12.550,00,
enquanto no PV a maior quilometragem é a do deputado Edson
Duarte (BA), com R$ 6.642,34.
Já no PFL, o deputado Carlos
Nader (MG) usou sua cota mensal, R$ 12 mil, e Antonio Carlos
Magalhães Neto (BA) precisou de
apenas R$ 100. Sua maior despesa
foi com "aquisição ou locação de
software", R$ 558,62.
No PSDB, o deputado Walter
Feldman (SP) também gastou
muito com software, R$ 5.784,55,
e mais ainda com "consultorias,
assessorias, pesquisas e trabalhos
técnicos", R$ 7.400,00. No item
combustível, Helenildo Ribeiro
(AL) gastou R$ 8.680,00, o equivalente a 4.315 litros de gasolina.
No PT, o deputado João Grandão (MS) cobrou R$ 8.549,00 referentes a gastos com combustível e
lubrificantes, o equivalente a
4.278 litros de gasolina. A deputada Maninha, que mora em Brasília, apresentou uma conta de R$
3.668,52 com combustível.
No PP, o deputado Delfim Netto
(SP) usou a maior parte de sua cota de janeiro no aluguel de "imóveis para escritórios e despesas
concernentes a ele", R$ 9.371,58.
Com combustível, R$ 1.152,08. Já
o deputado Herculano Anghinetti
(MG) pagou R$ 10.900,00 por
"consultorias, assessorias, pesquisas e trabalhos técnicos".
No PSB, o presidente da sigla,
Miguel Arraes (PE), apresentou
uma conta franciscana: R$ 25
com "aluguel de imóveis para escritório", R$ 200 com combustível e R$ 29 com despesas de "locomoção, hospedagem e alimentação". No partido, o deputado Lavoisier Maia (RN) deu notas no
valor de R$ 11.999,50 referentes a
consumo de combustível.
No PC do B, o deputado Daniel
Almeida (BA) gastou R$ 3.787,72
com combustível. Já Perpétua Almeida (AC) usou R$ 4.250,00 de
sua cota de R$ 12 mil para "divulgação da atividade parlamentar".
No PTB, o maior gasto com
combustível foi de Enio Tatico
(GO), com R$ 11.946,79 (5.973 litros de gasolina). O presidente da
sigla, Roberto Jefferson (RJ), gastou R$ 2.000 com "divulgação da
atividade parlamentar".
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