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OUTRO LADO
Auditor não fala, e políticos negam envolvimento
DA AGÊNCIA FOLHA
O auditor fiscal da Receita
Federal José Lúcio Rosa de
Souza disse que foi orientado
por seu advogado, Antônio
Barros, a não prestar declaração sobre as denúncias do lobista Sérgio Andrade. Também
afirmou que o auditor Francisco Serrão não comentaria as
acusações por estar com a saúde debilitada.
O ex-senador Carlos Alberto
D'Carli, citado como um dos
supostos financiadores do esquema, disse que não tem nenhum envolvimento com o
Porto de Manaus desde 31 de
janeiro de 2003, quando o conselho empresarial do qual fazia
parte foi extinto pelo governador Eduardo Braga (PPS).
O deputado federal Carlos
Souza (PL-AM) disse ter assinado uma lista com a indicação
do auditor fiscal José Lúcio Rosa de Souza para o cargo de superintendente da Receita Federal na Região Norte à pedido
dele próprio. O deputado federal nega, no entanto, que tenha
assinado a indicação em troca
de benefícios.
Encontro no gabinete
O senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) também negou participação no lobby.
Mestrinho disse que Andrade
esteve em seu gabinete no início de 2003 e comentou que estava trabalhado para "colocar
alguém na Receita".
Na ocasião, o senador peemedebista disse que não queria
se envolver com o assunto.
O deputado federal Paulo
Rocha (PT-PA) disse que Almeida esteve em seu gabinete
no ano passado e que ele confirmou que trabalhava na indicação de Souza para a Superintendência da Receita na Região
Norte. O deputado disse que
não se envolveu com o lobista.
Segundo Rocha, Almeida encaminhou um dossiê sobre um
eventual esquema de contrabando no Porto de Manaus.
"Ele ficava rondando o gabinete de vários deputados e senadores no sentido de tentar
indicar esse tal Lúcio [Rosa
Souza] para a Receita. Eu o recebi no meu gabinete e foi isso", disse Rocha.
Desespero da prisão
O deputado federal Francisco
Garcia (PP-AM) negou as acusações do lobista. Segundo
Garcia, ele não conhecia Andrade, até ficar sabendo da prisão dele, na última sexta-feira.
Para o deputado, as acusações
de Andrade são reflexos do desespero pela prisão.
O diretor operacional do Porto de Manaus, Alessandro
Bronze negou as denúncias de
envolvimento no grupo de lobistas e afirmou que vai interpelar criminalmente o administrador Sérgio Andrade.
"Esse rapaz foi preso por extorsão, eu vou interpelá-lo para
que ele prove essas informações que ele está fazendo à minha pessoa", disse. "Ele está
tentando fugir da cadeia acusando os outros."
(KÁTIA BRASIL, MAYRA STACHUK, SILVIA FREIRE E JOSÉ EDUARDO
RONDON)
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