São Paulo, segunda-feira, 05 de fevereiro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Pauta própria

O ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) recebe hoje a direção do PT para debater um projeto que começa a ganhar corpo neste segundo mandato: a criação de um canal público de TV, com abrangência e programação nacionais.
Em reunião na semana passada com a comissão política petista, Lula deu sinal verde para que as discussões fossem iniciadas dentro do governo. Um dos primeiros passos será descobrir de que forma as estruturas já existentes, como a da TVE, poderão ser utilizadas. A TV digital também está nos cálculos do Planalto, que vê seu advento como um dos pilares do plano de "democratizar os meios de comunicação" no país.

Fome. O Movimento PT, tendência interna do partido à qual pertence o novo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), agora pleiteia espaço no governo. O grupo reclama que seu cargo mais "vistoso" é a presidência da Companhia de Docas do Rio.

Rebeldes. Em sua gestão na Câmara, Chinaglia terá uma trinca que promete não se alinhar automaticamente a ele na Mesa. São eles Osmar Serraglio (PMDB-PR), primeiro-secretário, Ciro Nogueira (PP-PI), segundo-secretário, e José Carlos Machado (PFL-SE), quarto-secretário.

Classificados. Aldo Rebelo (PC do B-SP) passou o primeiro dia após deixar a presidência da Câmara vistoriando apartamentos funcionais vagos, para onde deve se mudar. Sua preocupação é que as infiltrações, presentes em quase todas as unidades, estraguem seus 4.500 livros.

Vida própria. O bloco formado para apoiar Aldo na disputa da Mesa já fala em marcar posição no PAC. Amanhã, discutirá se apóia ação contra o uso do FGTS em obras de infra-estrutura. No dia seguinte, fará ato para simbolizar a "concretização" do grupo.

Estréia. O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) pretende fazer dois pronunciamentos nas próximas semanas: num, dará sua versão para o processo de impeachment que resultou em sua renúncia, em 1992; noutro, falará sobre reforma política.

Não seja... José Serra decidiu que o Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades do Estado de São Paulo) não terá mais a participação de secretários estaduais. Com a medida, o governador busca mostrar que o órgão não tem por objetivo enquadrar as universidades, à diferença do que afirmam os críticos.

...por isso. Sobre o contingenciamento de recursos determinado pelo Executivo, Serra diz que "não há a mais remota hipótese de não repassarmos no ano o percentual do ICMS devido às universidades". Segundo ele, "o único problema é que o Orçamento ainda não foi aprovado pela Assembléia Legislativa".

Nula. Sem conseguir ouvir ninguém, a comissão de representação criada na Assembléia paulista após o acidente nas obras do Metrô teve reuniões canceladas na semana passada por falta de quórum.

Vexado. O presidente da Casa, Rodrigo Garcia (PFL), definirá hoje um cronograma mínimo para que a comissão não acabe sem produzir nada, o que daria argumentos para o PT tentar instalar CPI na nova legislatura, em 15 de março.

Retribuição. O PT-SP deve confirmar nesta semana apoio a Vaz de Lima (PSDB) para presidir a Assembléia. A sigla quer manter a primeira secretaria da Mesa e garantir, pelo "princípio da proporcionalidade", a quarta secretaria.

Exportação. O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (PFL), vai seguir o exemplo do correligionário Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, e tentar banir os outdoors do Plano Piloto, região central de Brasília.

Tiroteio

A anistia de Dirceu não é prioridade do PT, não é prioridade do governo, não é prioridade do país.


De VALTER POMAR , secretário de Relações Internacionais do PT, sobre a idéia defendida pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) de o partido assumir oficialmente a campanha pela anistia política do ex-ministro José Dirceu, cassado na Câmara após o escândalo do mesalão.

Contraponto

Sádico

Na segunda passada, Gustavo Fruet (PSDB-PR) recebeu ligação de uma funcionária da TV Câmara pela manhã.
-Tudo certo para o debate de hoje, deputado?-, perguntou ela, referindo-se ao encontro entre os candidatos à presidência da Casa que seria promovido horas depois pela emissora.
-Que debate?-, respondeu Fruet.
-Como assim, deputado? O senhor tinha confirmado presença!-, cobrou a espantada funcionária.
-Mas eu estou no Paraná!
O silêncio sepulcral do outro lado da linha fez Fruet confessar que se tratava de uma brincadeira.


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