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Reeleição de líder tucano causa racha no PSDB
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A recondução do deputado
José Aníbal (SP) à liderança do
PSDB na Câmara resultou em
racha dentro do partido. O grupo liderado pelo ex-ministro da
Educação Paulo Renato (SP)
acusou o grupo de Aníbal de
"golpista e antidemocrático".
A alegação é que o estatuto
tucano foi mudado "com o intuito nefasto de alterar as regras e permitir a reeleição consecutiva" e que a "norma que
interditava a reeleição havia sido ratificada pela bancada, por
unanimidade", em outubro.
Dezenove dos 59 deputados da
bancada, incluindo o deputado
Walter Feldman (PSDB-SP),
assinaram o ato contra Aníbal,
nomeado de "Movimento, Unidade, Democracia e Ética".
O grupo diz que não seguirá
"a orientação do atual líder da
bancada por considerar ilegítima a sua eleição" e que encaminhará o assunto para a Executiva Nacional do partido.
Feldman é secretário de Esportes da Prefeitura de São
Paulo e aliado do governador
José Serra. Licenciado da Câmara, ele voltou à Casa anteontem, mas deve retornar ao posto em São Paulo esta semana.
Além de Feldman e Paulo Renato, outros deputados ligados
a Serra, como Arnaldo Madeira
(SP) e Emanuel Fernandes
(SP), também fazem parte da
dissidência do PSDB. Apesar
disso, o grupo nega que a "rebelião" tenha algum tipo de fator
externo e que Feldman tenha
sido enviado por Serra para impedir que Aníbal se reelegesse.
O chefe da Casa Civil de São
Paulo, Aloysio Nunes Ferreira,
também nega que Serra tenha
tentado influenciar na escolha.
Questionado por que a escolha
de Aníbal fora debitado na conta do governador, ele respondeu: "Serra é a conta aberta de
plantão. Mas não há um deputado que possa dizer que o governador tenha pedido votos".
Ao mesmo tempo em que nega interferência, integrantes do
novo movimento acusam os rivais de serem patrocinados pelo governador de Minas Gerais,
Aécio Neves. "O clima está muito ruim, nunca vi os deputados
tucanos nem se falarem (...) Toda a bancada mineira se envolveu nessa reeleição não foi à toa
e nós estamos vendo isso", disse Gustavo Fruet (PSDB-PR),
que assinou o manifesto.
Todos os tucanos mineiros
apoiaram Aníbal. O grupo dissidente não foi à votação.
Aníbal nega a participação de
Aécio e ontem, do plenário, disse que vai trabalhar pela unidade do partido. "Tenho maioria e
essa maioria autorizou o uso do
estatuto original", disse depois
à imprensa. A reeleição do novo
líder tucano aconteceu na manhã de ontem com o voto de 36
dos 37 deputados presentes.
Colaborou CATIA SEABRA , da Reportagem
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