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Pesquisa da FGV diz que 40% criticam STF
Supremo foi "pouco" ou "nada neutro" nos julgamentos de Palocci e Cesare Battisti, aponta levantamento
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre a qualidade da Justiça no Brasil revelou que 39,8% dos entrevistados desaprovaram a atuação do
Supremo Tribunal Federal no
julgamento do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda) e do
italiano Cesare Battisti. Para
eles, nos dois episódios, o órgão
foi "pouco" ou "nada neutro".
O levantamento, referente ao
quarto trimestre de 2009, faz
parte do ICJBrasil (Índice de
Confiança na Justiça), medida
criada pela Escola de Direito da
FGV. Foram ouvidas 1.588 pessoas em São Paulo, Rio, Belo
Horizonte, Recife, Salvador,
Porto Alegre e Brasília.
A cidade mais crítica ao STF
é São Paulo: 43,7% dos paulistanos disseram que o órgão foi
"pouco" ou "nada neutro" no
julgamento de Palocci e de Battisti. A seguir vêm Porto Alegre
(42,5%) e Brasília (40,4%).
No primeiro episódio, o tribunal rejeitou a abertura de
ação penal contra Palocci, hoje
deputado federal, por quebra
do sigilo bancário do caseiro
Francenildo Costa. No segundo, votou pela extradição de
Battisti, mas delegou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva
a decisão final sobre o caso.
Na média nacional, 38,6%
afirmaram que o tribunal foi
"neutro" ou "muito neutro"
nesses dois casos; 21,7% disseram não saber responder.
"A escolha da pergunta foi
uma contingência, eram os temas mais comentados à época.
A cada trimestre, haverá novas
questões", disse a professora
Luciana Gross Cunha, coordenadora do ICJBrasil.
O ICJBrasil ficou em 5,8 pontos, em escala de 0 a 10, o que
significa um avanço de 3,5% em
relação à pesquisa anterior.
71% dos entrevistados disseram duvidar da honestidade e
da imparcialidade da Justiça.
Lentidão
Ontem, o presidente do STF,
ministro Gilmar Mendes, disse
que, ao declarar ser um "mito"
a lentidão da Justiça, tinha a intenção de "qualificar o debate".
A afirmação gerou polêmica.
"O diagnóstico mais simplista
que o jornaleiro e o jornalista
fazem é de que o mal é a morosidade do Judiciário. Só tentei
iluminar esse debate."
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