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Livro inédito
relata história
da Agência Folha, em Natal
Um livro inédito do historiador
e folclorista Luís da Câmara Cascudo, descoberto no segundo semestre do ano passado, faz referências ao massacre de Cunhaú.
A descoberta foi considerada
uma "bênção" pela diretora cultural do Memorial Câmara Cascudo, Daliana Cascudo Roberti
Leite, 37, neta do escritor e autora
da façanha. "Além do resgate histórico, existe a coincidência de ter
sido descoberto na época da beatificação dos mártires", disse.
Os originais, datilografados, estavam perdidos entre os mais de
8.000 títulos da biblioteca particular de Cascudo, que morreu em
1986. Foram descobertos quando
Daliana separou um lote para restauração. Datam de 1934, quando
o historiador visitou Cunhaú em
busca de vestígios do massacre.
O livro vai se chamar "A Casa de
Cunhaú (História e Genealogia)".
Será lançado, até abril, pela Fundação José Augusto, órgão vinculado ao governo do Rio Grande
do Norte. Na obra, o escritor narra a história do engenho Cunhaú,
centro da economia do Rio Grande do Norte no Brasil colonial.
Considera o engenho "o caminho das guerrilhas" no século 17.
"Em toda redondeza de Cunhaú,
há um lastro de ossadas humanas.
Foi o lugar mais revolvido pelas
armas no período de 20 anos de
posse flamenga", escreveu.
Sobre a capela e seus mortos, registrou na obra: "As ruínas da capelinha guardam os massacrados
incontáveis daquele domingo trágico. São os mártires de Cunhaú".
Os massacres são abordados também na "História do Rio Grande
do Norte", de Cascudo.
(EZ)
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