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ELEIÇÕES 2000
Parlamentares negam ligação com pré-candidatura e afirmam que sempre dão verbas a cidades
Deputados dizem retribuir aos eleitores
da Sucursal de Brasília
Os deputados que concentram
recursos na cidade onde são pré-candidatos apresentam duas justificativas para a estratégia: sempre fizeram isso e precisam retribuir os votos das últimas eleições.
Dr. Hélio (PDT-SP) afirmou
que usou o critério do orçamento
participativo para destinar R$ 1,1
milhão para Campinas. "Tenho
orgulho de ter sido o campeão de
verbas para Campinas", disse.
Nelson Pellegrino (PT-BA) justificou o R$ 1,1 milhão reservado
para Salvador: "É o retorno. Sou o
deputado mais votado aqui. Tenho que fazer a minha parte".
Fernando Marroni (PT-RS) disse que destinou R$ 1 milhão para
a implantação de uma unidade de
emergência do hospital da universidade local, que atende a municípios da região.
Jorge Tadeu Mudalen (PMDB-SP) explicou por que deu R$ 360
mil em Guarulhos: "É razoável.
Sempre tive em torno de 50 mil
votos na cidade. O prefeito não é
afinado comigo, mas a cidade não
pode ser penalizada por isso".
Celso Jacob (PDT-RJ), que
mandou R$ 690 mil para Três
Rios, disse que teve 74% dos seus
votos na cidade. "Tenho obrigação de corresponder à expectativa. O prefeito é contra mim, mas
tenho que pensar no povo."
Geraldo Simões (PT-BA) afirmou que destinou R$ 900 mil para Itabuna porque o sul da Bahia
foi esquecido pela bancada. "Das
dez emendas de bancada, nenhuma foi para a região. O prefeito é
meu adversário, mas tudo bem."
"Sempre fiz assim. Não é em
função da questão eleitoral", diz
Valdeci Oliveira (PT-RS), que deu
R$ 900 mil a Santa Maria.
Maria do Carmo (PT-MG), ao
justificar os R$ 600 mil que reservou para Betim, disse: "Não tem o
sentido eleitoral. Já fui prefeita e
tenho um trabalho social na cidade, com crianças portadoras de
deficiência. É uma área de excluídos, que nem voto dá".
Émerson Kapaz (PPS-SP), que
destinou R$ 1 milhão a São Paulo,
disse que observou um "equilíbrio" com o seu percentual de votação. "Usei a verba para atender
a criança, o adolescente. Não usei
para pontes, viadutos, como outros deputados fazem", afirmou.
Ângela Guadagnin (PT-SP)
mandou R$ 796 mil para São José
dos Campos atendendo a orientações da sua base. "Tenho um conselho de mandato nas cidades onde fui votada. O conselho indica
onde devo colocar os recursos."
Vic Pires Franco (PFL-PA) disse
que colocou R$ 900 mil no pronto-socorro de Belém porque o
hospital atende a todo o Estado.
"Aquilo é uma guerra da Bósnia."
Norberto Teixeira (PMDB-GO),
que mandou R$ 955 mil para
Aparecida de Goiânia, disse que
cumpriu com o seu dever. "Tive
90% dos meus votos na cidade."
João Fassarela (PT-MG) justificou os R$ 700 mil que destinou a
Governador Valadares: "É lógico.
Tenho 80% dos votos aqui. Mas
não tem a ver com a eleição.
Quem vai executar é o prefeito,
que é meu adversário".
Éber Silva (PDT-RJ) concentrou
as emendas em Campos porque o
município "é carente" e porque
teve 65% dos votos na cidade.
Alex Canziani (PFL-PR) mandou R$ 545 mil para Londrina.
"Sou oposição ao prefeito, mas tenho que trazer recursos", disse.
Clóvis Volpi (PSDB-SP) e Jair
Meneguelli (PT-SP) se uniram
para conseguir recursos para Ribeirão Pires e São Caetano. Os
dois apresentaram emendas para
os municípios, atendendo a pedido da Câmara Regional do ABC.
Carlito Mers (PT-SC) mandou
R$ 530 mil para Joinville, onde
disputará a prefeitura com o atual
governante. "A cidade merece
mais do que essas picuinhas."
Antonio Palocci (PT-SP), que
deu R$ 680 mil a Ribeirão Preto,
também concorrerá com o atual
prefeito. "Não estou usando critérios eleitorais. Eu estou dando dinheiro para o meu adversário."
João Magno (PT-MG) justificou
os R$ 350 mil reservados para Ipatinga: "Preciso fazer justiça com a
região onde fui votado".
Ronaldo Cézar Coelho (PSDB-RJ) deu R$ 400 mil à capital e R$
500 mil a São Gonçalo. "Faço melhor para o Rio se investir na Baixada. Ou eu deveria mandar dinheiro para Ipanema?"
(LV)
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